"Tristeza das janelas" - Aïcha Bassry
Tristeza das janelas
Em casa de
minha avó
há janelas que fulguram.
Na minha infância
ensinei-as como festejar a chegada dos pássaros,
permanecerem abertas,
sobre o calor do sol
e a perversão das luas.
Uma a seguir à outra,
dava-lhes aulas de memória.
Naquela casa
as janelas são tristes.
Não havia ali mais
que as flores da minha avó
e um pouco da sua vida
suspenso da parede…
Aïcha Bassry*
asceu na cidade de
Settat em 1960. Licenciada em Filologia Árabe pela Universidade de Mohamed V de
Rabat, é membro da Casa da Poesia e da União de Escritores de Marrocos. Colabora
regularmente na imprensa escrita do seu país, onde, para além de poemas, tem
publicado artigos sobre artes plásticas. Tendo sido a primeira poeta marroquina
a publicar os seus poemas em espanhol, a sua obra encontra-se traduzida para
francês, catalão, italiano, turco e (agora) português. Tem participado em
vários festivais literários na Holanda, França, Jordânia, Egito, Espanha e
Sudão. Publicou os seguintes livros: Tardes,
2001; Insónia dos anjos,
2003; Uma varanda ensombrada,
2004; A candeia do poeta,
2006; A solidão da areia,
2006; Solto as minhas asas, 2009.
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