"Ouvir Escutar" - José Paulo Pinto Lobo
Ouvir Escutar
E a Morte surgiu
Na madrugada
Alada motorizada
inesperada
Ceifando indiscriminada
A ferro e fogo
Na festa na estrada
No kibutz na esquadra
Na orgia de sangue
As feras se embebedando
Matando despedaçando
Queimando destruindo
Raptando
Sem medo de morrer
Na certeza do paraíso
Irmãos desavindos
Atónitos pela barbárie
Feridos no seu orgulho
Na sua arrogância
Aplicaram impiedosamente
Como sempre
A pena de Talião
Demolindo no gueto
Prédios escolas templos
Será que neste mundo
A humanidade se
extinguiu
Desistiu
Insistiu no horror
No terror
Na espiral de violência
Segando vidas
Só restando
Feras enlouquecidas?
Todos rugem
Ninguém pára para
entender
Aceitar que o outro
Existe
Que tem suas razões
Escutar é difícil
Querem ser ouvidos
Mas coíbem outros
De falar
Rugindo incessantemente
Impedem o diálogo
Permuta de ideias
Aprendizado
Se reconhecer no outro
E a possibilidade de
criar
Novas realidades
Juntos
José Paulo Pinto Lobo
(Poeta moçambicano)
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