"Brahms construtivo" - Sílvio Castro
Brahms construtivo
Desde logo, com o doce piano de dois iniciais
Quartetos
Brahms sofreia o ardor do sentimento desolado,
procurando no mesmo sentimento aquela forma
pronta
a fazer da emoção viva razão que a comoção
confronta.
Ao incontido e desejado impulso de cantar os
sonhos
surgidos dos sentimentos e pulsações sentidas,
o canto reparte da emoção contida no só
limitar
a voz que sonha para, cantando, outra voz
entoar.
Brahms canta e dança vinte e uma vezes os mais
distantes
impulsos vindos dos outros que dançaram e
cantaram
como ele aos sons dos violinos mágicos e
ciganos,
agora para ele fontes puras e sem enganos.
Dança e canta na procura insone da perfeita
forma
que conforma os sonhos de um Requiem alemão
e universal na força das vozes coletivas
levantadas
para definir os sentimentos plúrimos
implantados.
Sentimentalmente aberta à razão que opera a
voz
da obra completada, a música se faz ilimitado
canto
de beleza, no íntimo do espaço conformado ou
no incontido
universo de sons fônicos e afônicos, da
partitura ao canto idos.
Uma 4ª. Sinfonia é a maior voz para razão e
comoção:
por ela corro e canto em 4 movimentos 4 sempre
em Allegro.
Sílvio Castro
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