terça-feira, 3 de outubro de 2023

Nos caminhos da arte

 





50 fotos que falam por si 




Às vezes, certas fotos exigem explicações longas para entendermos exatamente o que está acontecendo na imagem. Outras vezes, porém, elas não exigem uma única palavra para reunirmos o que está acontecendo. Encontrará 50 dessas fotos que falam mais do que mil palavras clicando aqui








VÍDEO - A arte hiperrealista do talentoso artista Marcello Barenghi




No mundo da arte hiperrealista, artistas talentosos como Marcello Barenghi se esforçam para fazer pinturas tão realistas que parecem mais realistas do que os eventos reais que retratam. Neste vídeo, convidamos você a testemunhar o incrível uso de luz e sombra de Marcello, enquanto ele captura o espírito de seus súditos com tanta precisão que eles quase parecem ganhar vida. Assista clicando aqui







Carta ao Nobel: a literatura é universal. E vocês?




Prezados membros do Comitê do Nobel,


No próximo dia 5, vocês anunciarão a nova ou o novo vencedor do prêmio Nobel de Literatura. Desde 1901, muitos dos escolhidos fazem parte da história da humanidade. Homens e mulheres que moldaram a forma pela qual pensamos o passado, lidamos com o presente e sonhamos com o futuro.


Há um ano e depois do prêmio mais que merecido dado para a francesa Anne Erneaux, escrevi pedindo que suas escolhas sejam descolonizadas. Agora, insisto: vocês têm um papel fundamental em lutar contra a história única e em transformar a vida de milhões de leitores do que vocês chamam de periferia do mundo.


Mas, para isso, precisam reconhecer a universalidade da arte e romper paradigmas que limitaram a compreensão do ser humano.


Em mais de um século, o que prevalece nas escolhas de vocês é uma visão eurocêntrica da literatura e, no fundo, da civilização. Iniciado em 1901, o prêmio apenas saiu da Europa em 1913, quando o vencedor foi um indiano. Foi só em 1930 que um segundo prêmio saiu da Europa. Neste caso, ao americano Sinclair Lewis.


Foram necessários mais 15 anos para que, de novo, o Nobel considerasse que a literatura de fora da Europa era merecedora de um prêmio. É verdade que, nos últimos anos, os escolhidos incluiram Turquia, Peru ou Tanzania.


Mas é muito pouco. Até hoje, 15 franceses venceram o prêmio, contra 10 para o Reino Unido e outros 10 para americanos. Alemães e suecos venceram oito prêmios cada. Salvo o caso dos EUA, todos os dez primeiros colocados em termos de nacionalidades são europeus.


Juntos, essas nacionalidades representam mais da metade de todos aqueles que venceram o prêmio. Se não bastasse, o ex-responsável do comitê, Horace Engdahl, abriu uma polêmica há alguns anos quando declarou que a "Europa ainda é o centro do mundo literário".


A literatura é, para além do idioma escolhido, uma expressão universal. Ela não conta apenas a história de um povo. Mas da natureza humana. Desperta paixões, destapa emoções escondidas, sem qualquer fronteira, padrão ou dicionário.


Criar qualquer tipo de hierarquia é negar o fato de que a arte nos define como humanos. É pela arte que conhecemos nossos ancestrais, refletidos em muros de cavernas, em papiros ou em obras que ainda estão sendo desenterradas.


Ao descrever quem receberia o prêmio, Alfred Bernhard Nobel explicou que a honraria deveria ir àquele que deu "maior benefício para a humanidade".


Pergunto, portanto, quem faz parte da humanidade para os senhores?


Dia 5 de outubro saberemos.


Saudações democráticas,


Jamil Chade


 

Fonte: UOL, 30/09/2023


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