"Dia A Dia" - Giuseppe Ungaretti
Dia A Dia
“Ninguém, mamãe, jamais tanto há sofrido…”
E seu rosto já apagado
Embora os olhos ainda vivos
Do travesseiro voltava à janela,
E de pardais enchia o quarto
Bicando as migalhas que espalhava o pai
Para distrair o menino…
Agora só em sonho posso beijar
Suas mãos confiantes…
Converso, trabalho,
Pouco mudei, tenho medo, fumo…
Como é possível que eu aguente tanta noite?…
Me aportarão os anos
Talvez outros horrores,
Mas se te sentisse junto,
Terias me consolado…
[…]
Eu te amo, te amo, e é sem trégua o pranto!
Giuseppe
Ungaretti
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