"O pátio dos enforcados" - Domicio Proença Filho
O pátio dos enforcados
No pátio
jaz
o
patíbulo
e a
corda.
No
ar,
esponjas
de fel.
Nas
esquinas do tempo
a
cal e as cruzes
de
sangue
o
sal
a mão
do
carrasco.
Há
ruínas de palácios
e
sombras de cicatrizes
e
sob o manto de asfalto
fermentam
velhas
raízes
adubadas
de silêncio
e
da palavra
enforcada:
nos
labirintos do tempo
treme
a flor anunciada
e
floresce
no
patíbulo
a
corda
desabrochada.
Há
ruas
loucas
de fome
e
uma sede de séculos
nessa
praça
envergonhada.
Domicio Proença Filho
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