segunda-feira, 28 de fevereiro de 2022

"Eu sou uma mulher" - Marina Colasanti

 




Eu sou uma mulher

 

 

 



Eu sou uma mulher


que sempre achou bonito


menstruar.




Os homens vertem sangue


por doença


sangria


ou por punhal cravado,


rubra urgência


a estancar


trancar


no escuro emaranhado


das artérias.




Em nós


o sangue aflora


como fonte


no côncavo do corpo


olho-d'água escarlate


encharcado cetim


que escorre


em fio.




Nosso sangue se dá


de mão beijada


se entrega ao tempo


como chuva ou vento.




O sangue masculino


tinge as armas e


o mar


empapa o chão


dos campos de batalha


respinga nas bandeiras


mancha a história.




O nosso vai colhido


em brancos panos


escorre sobre as coxas


benze o leito


manso sangrar sem grito


que anuncia


a ciranda da fêmea.




Eu sou uma mulher


que sempre achou bonito


menstruar.


Pois há um sangue


que corre para a Morte.


E o nosso


que se entrega para a Lua.



 

 

 

 

Marina Colasanti



 

 

 

 

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Ignorando Ucrânia, Damares usa tribuna da ONU para fazer campanha eleitoral




A ministra da Família, Mulher e Direitos Humanos, Damares Alves, fez um discurso nesta segunda-feira na abertura do Conselho de Direitos Humanos da ONU. Mas, ao contrário de dezenas de autoridades, se limitou a transformar sua participação numa apresentação de programas do governo de Jair Bolsonaro. Para ler o texto de Jamil Chade clique aqui

A operação militar russa na Ucrânia

 





A Rússia deixou claro que suas garantias de segurança vão além de impedir a adesão da Ucrânia à OTAN. Para ler o texto de Scott Ritter clique aqui


Leia "Carlos Matos Gomes: A Final Four na Ucrânia - a Europa apanha bolas" clicando aqui


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Kendji Girac & Soolking: "Bebeto"

 





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HUMOR - Etiqueta Pós-Lava Jato

 




As regras de etiqueta existem para as pessoas saberem como se comportar em ocasiões sociais. Assim ninguém fala o que não deve, nem chega aos lugares soltinho demais. Divirta-se clicando aqui

Navegando pelo cinema

 





Os longos tentáculos da China em Hollywood: é assim que manipula roteiros que prejudicam sua imagem 




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“Mães paralelas”: terna é a segunda maturidade




Não constitui novidade para ninguém que Pedro Almodóvar gosta das mulheres. Não no sentido mais elementar, ou talvez mesmo nesse sentido em que os homens não pensam em primeiro lugar, quando pensam nas mulheres. Almodóvar adora-as, percebe-as (por dentro e por fora), compreende-as em todas as idades e independentemente do seu estatuto social, consegue escrever personagens femininas que se definem por uma linguagem corporal própria, pelas palavras que usam, pelas emoções que deixam transparecer, que até quando são fingidas podem ser ainda mais verdadeiras. Ele interioriza as mulheres, diferentes mulheres, todas as mulheres, compósitos de várias mulheres que Almodóvar terá encontrado na sua vida, nos filmes e na vida real.  Para ler o texto de Ricardo Gross clique aqui








Memória: O cinema de Geraldo Sarno



A seção Memória reúne e disponibiliza o acervo de filmes, séries e programas de TV dirigidos por Geraldo Sarno, além de documentação que detalha o processo de criação do cineasta, como esboços de argumentos, anotações, roteiros, planos de filmagem, textos jornalísticos e informações sobre a participação dos filmes em festivais e mostras no Brasil e em outros países. Com curadoria de Sarno, tal acervo se estende de Viramundo (1964/1965) a Sertânia (2019). Para assistir aos 33 trabalhos cinematográficos de Geraldo Sarno clique aqui


"Nenhuma sociedade aceita os crimes que cometeu no passado." Grande entrevista a Abdulrazak Gurnah, Nobel da Literatura em 2021

 





Os leitores portugueses já podem ler o último livro do tanzaniano que foi Nobel da Literatura em 2021. “Vidas Seguintes” fala do que é ser-se abalroado pelo colonialismo europeu. Conversa com o Expresso a partir do Reino Unido, morada do escritor há mais de 50 anos. Para ler a entrevista com Abdulrazak Gurnah clique aqui

domingo, 27 de fevereiro de 2022

"Princípios" - Nuno Júdice

 





Princípios

 

 

 

 



Podíamos saber um pouco mais


da morte. Mas não seria isso que nos faria


ter vontade de morrer mais


depressa.




Podíamos saber um pouco mais


da vida. Talvez não precisássemos viver


tanto, quando só o que é preciso é saber


que temos de viver.




Podíamos saber um pouco mais


do amor. Mas não seria isso que nos faria deixar


de amar ao saber exatamente o que é o amor, ou


amar mais ainda ao descobrir que, mesmo assim, nada


sabemos do amor.

 

 



 

Nuno Júdice



 

 

 

 

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HUMOR - Humanidade

 





No início eram dois. Mas eles tiverem filhos. Só que como esses filhos tiveram filhos? Isso eu sei, quero dizer, com quem? Porque assim: só tinham dois antes, então quer dizer que...? Jamais imaginei que a Bíblia tivesse tantas similaridades com o Game of Thrones. Divirta-se clicando aqui

Tom Luongo: "Putin inaugura o novo tabuleiro de jogo geopolítico"

 




Até 23 de Fevereiro de 2022, os países poderosos do mundo jogavam um jogo muito rarefeito. Demasiadas pessoas tentam analisar a geopolítica como se se tratasse de um jogo de xadrez. Movimento, contra-movimento. Empurrar um peão? Ameaçar um cavalo, esse tipo de coisa. É fácil de compreender e vende. Para ler o texto de Tom Luongo clique aqui



Leia "China divulga lista de países bombardeados pelos EUA, que qualifica de 'a verdadeira ameaça ao mundo'" clicando aqui



Leia "José Luís Fiori: Notas sobre a guerra na Ucrânia" clicando aqui



Leia "Boaventura de Sousa Santos: Como chegamos aqui?" clicando aqui






Cal Newport: ''Ninguém deve ter um telefone celular até os 16, ou mesmo 18'' 



O autor americano alega o abandono das redes sociais e deixa de verificar e-mail a cada poucos minutos. Seu livro 'Céntrate' acaba de ser traduzido para o espanhol. Para ler sua entrevista clique aqui



Leia "Ideologia e distopia" de Sergio Schargel clicando aqui



Leia "Morte e vida da teoria do valor (2)" de Charles Júnior clicando aqui



Leia "Alain Badiou - os diferentes regimes de discurso - II" de Rogério Skylab clicando aqui



Leia "Entrevista a Virgílio Varela. Afinal, o que nos faz sentir realmente vivos?" clicando aqui




Cantistoria: "Lu rusciu te lu mare"

 



Para assistir à interpretação de  "Lu rusciu te lu mare" pelo grupo Cantistoria clique no vídeo aqui


A arte pictórica de Kamalky Laureano

 




Alguns artistas têm um dom especial e são capazes de pintar com uma precisão incrível que os espectadores podem até adivinhar sua visão. Kamalky Laureano é um desses artistas talentosos, cujas pinturas podem ser facilmente confundidas com fotos de alta resolução. Oriundo da República Dominicana, ele dedica muita atenção aos detalhes. Podem notar as sardas, os poros e a textura da pele, tornando difícil acreditar que foi pintado em tela. Imaginem as inúmeras horas gastas aperfeiçoando o trabalho, sua dedicação excepcional que acaba por se traduzir nas suas obras de arte. Dê uma olhada clicando aqui









'A trindade bantu': obstáculos multiculturais




O ‘Nexo’ publica trecho de romance do escritor camaronês Max Lobe. A narrativa é ambientada em uma pequena cidade europeia, onde o protagonista africano passa por situações relacionadas à xenofobia, a dificuldades financeiras e à homofobia. Para ler o trecho clique aqui









Grupo de teatro de sombras "Atraction"




Para assistir à atuação do Grupo de teatro de sombras "Atraction" clique no vídeo aqui


Navegando pelo cinema

 





Em nome do filho




Para ler as considerações de Mariarosaria Fabris sobre o filme “Assassinato de um inocente”, de Mauro Bolognini clique aqui





Outros Carnavais



Enquanto espera o Carnaval de 2023, dá para vestir a fantasia de viajante no tempo e se jogar na folia do ciclo “Carnaval no Rio”.


 

•      "O que foi o carnaval do Rio" (9 min)


•      "Carnaval no fogo" (1h27)


•      "Nossa escola de samba" (29 min)


•      "A lira do delírio" (1h45)


 

Assista a estes 4 filmes clicando aqui








Clermont 2022: looks da África, looks femininos




Os filmes da seleção "Regards d'Afrique" do Festival Internacional de Curtas de Clermont-Ferrand (28 de janeiro a 5 de fevereiro de 2022) são colocados do ponto de vista das mulheres, uma oportunidade para explorar como sua estética renova nosso olhar. Para ler o texto de Olivier Bartlet clique aqui


Novidades editoriais da CLACSO

 



 
 
Este novo volume da coleção CLACSO-CALAS tem como foco a articulação entre política, afetos e identidades. As contribuições que o compõem refletem sobre o afetivo como componente constitutivo, mas não imutável, dos laços humanos e das identidades individuais e coletivas. A partir das perspectivas configuradas pela teoria dos afetos, a virada afetiva, as teorias queer e as perspectivas feministas, a história das emoções e da intimidade, entre outras abordagens, este livro visa resgatar e fazer da experiência emocional a protagonista, que de outra forma corre o risco de ser perdido ou dissolvido.
 

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