A curadoria do desconforto
No seu livro, Applebaum reproduz uma conversa telefónica em que
Stenner lhe disse que “a ‘predisposição autoritária’ que identificou não é
exatamente a mesma coisa que uma mente fechada.” “Seria melhor descrita”, explica, “como uma mente simplória: as
pessoas costumam ser atraídas por ideias autoritárias porque a complexidade as
incomoda. Não gostam da divisão. Preferem a unidade. Uma ofensiva repentina de
diversidade — diversidade de opiniões, diversidade de experiências — deixa-as
irritadas. Procuram soluções numa nova linguagem política que as faça
sentirem-se mais seguras e protegidas.” Os populistas conhecem bem esta
psicologia e é com base nela que constroem as suas tácticas: alimentam o
desconforto e o medo e com poucas mensagens, curtas e simples, “vendem”
segurança e proteção. Para ler o texto de Maria Vlachou clique aqui
As cores do racismo português: do colonialismo à atualidade
Se num período inicial os filósofos ou os autores de livros de
viagens elaboraram representações raciais, foram depois os médicos e os
cientistas, especialmente antropólogos físicos, a contribuir para essa
concepção. Algumas das teorias raciais produzidas anteriormente e em outros
países foram adaptadas às populações ultramarinas portuguesas. A política
definiu categorias e a ciência engendrou estratégias para apoiar. As cores de
pele escuras estiveram associadas ao feio e negativo e as claras ao bonito,
inteligente e positivo. Umas foram identificadas com quem era dominado e outras
com quem dominava. Para ler o texto de Patrícia Ferraz de Matos clique aqui
Questões raciais no debate cultural
Em que medida a presença de artistas negros apenas em exposições
destinadas ao tema não geram uma dupla reificação: uma redução do artista e de
sua obra a apenas um aspecto de sua identidade? É suficiente reunir a produção
de artistas negros, apenas por sua etnia? Ou, ainda, a redução de uma exposição
à discussão racial não acaba por perder de vista uma série de singularidades
formais e conceituais diversas, além de especificidades de linguagem e da
especificidade desse assunto dentro da produção de cada artista? Para ler o texto
de Leandro Muniz clique aqui
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