Vamos fazer um exercício de imaginação. Em tempos de quarentena,
estamos, cada vez mais, conectados e digitais. Encontros que antes aconteciam
em bares ou na casa de amigos viraram chamadas de vídeo. Conversas foram
substituídas, em grande medida, por textos e palavras. A tela de notebook,
tablet ou smartphone se transformou na nossa janela com vista para o mundo. E,
ao mesmo tempo, em um reflexo. Então, responda: se o vidro pudesse refletir o
seu rosto durante as interações, como você se veria?
A Internet possibilita a conexão de pessoas, de ideias e de projetos. Mas é também
no seu anonimato que permite o surgimento de ódio, discórdia, ofensas e fake
news. Quem é você quando se olha no espelho da web? Alguém tolerante e
empático? Uma pessoa que rebate o acusador e acusa também? Quem aponta o dedo
ou quem tem o dedo apontado para si? Faz-se necessário debater o tema Reinvenção do humano. Empatia, tolerância e convívio social
estarão entre as ideias de vários intelectuais. A compreensão ou a
demonização do outro são os dois principais tópicos a serem apresentados.
Graça Machel fala sobre tolerância e aceitação. Leïla Slimani conversa sobre a
força e a coragem para superar o preconceito. John Gray explica como se livrar
da insensatez. Ian McEwan ressalta como somos passíveis de erros. E Edgar Morin
explica como transformamos o outro em demônio.
A diferença entre tolerância e aceitação do
outro é mais do que uma questão terminológica. Para a ativista
moçambicana Graça Machel, reside em uma profunda transformação de
mundos internos e externos.
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Uma menina marroquina passeia pelas ruas de
Paris e atrai olhares pela cor da pele e pelo cabelo crespo. Na França, em
2018, ela já é a vencedora de um dos mais importantes prêmios literários do
mundo. A escritora franco-marroquina Leïla Slimani mostra que
o mundo segue mudando e nada é impossível.
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Com base nas
ideias Karl Popper e Barbara Tuchman, o filósofo britânico John Gray traz
suas polêmicas e necessárias reflexões para nos ajudar na superação de nossa
própria insensatez. Um lembrete sobre algo básico, mas frequentemente
esquecido: nós podemos estar errados.
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O escritor britânico Ian McEwan compartilha
sua experiência a partir das inconsistências em que acabou caindo ao longo de
sua trajetória como romancista e sobre a possibilidade de aceitarmos o erro.
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Muitos dos conflitos culturais e políticos na
contemporaneidade são causados pela exaltação negativa do que nos diferencia
dos outros, e não dos aspectos comuns. A dificuldade de enxergar o estrangeiro
como um igual afeta nosso sentido de humanidade e civilização. O filósofo
francês Edgar Morin reflete, neste vídeo, sobre a
incompreensão cotidiana que se coloca diante da diferença.
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