Egito: contradições da multidão em movimento
Em 1º de julho, após manifestações gigantescas nas ruas egípcias, o exército publicou comunicado afirmando “seu apoio às demandas do povo” e dando “a todo mundo” 48 horas de prazo, como “última chance [para] assumir sua responsabilidades neste momento histórico”. Se as reivindicações não fossem satisfeitas, prosseguia o comunicado, caberia “às forças armadas anunciar o caminho para uma saída, e medidas supervisionadas por elas, em cooperação com todas as forças patrióticas e sinceras […] sem excluir nenhum partido”.
Ainda que esta última parte da frase – “sem excluir nenhum partido” – procure oferecer garantias à Fraternidade Muçulmana, que teme o retorno à velha ordem e a prisão, a direção do grupo rejeitou o ultimato e o presidente Mohamed Morsi afirmou que permaneceria em seu posto. Parece pouco provável que sobreviva a este desafio [este texto foi escrito horas após sua queda]. Até mesmo o porta-voz do partido salafista [que representa o ultra-fundamentalismo islâmico, e obteve 25% de votos nas eleições], Nader Bakkar, explicou a seu meio milhão de seguidores no Twitter que o califa Othman, terceiro sucessor do Profeta, preferiu renunciar à vida a deixar correr o sangue dos fiéis.
Para ler o texto completo de Alain Gresh clique aqui
Pode ler o texto de Carolina Linhares No Cairo, com milhões, antes do golpe
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