Navegando pelo cinema
Foi uma luta de titãs na arena de Hollywood batalhando pelo prêmio do Globo de Ouro deste ano. Duas cinebiografias com a trajetória espetacular de dois mitos da vida norte americana da primeira metade do século vinte rivalizaram e ainda estão disputando as maiores bilheterias nas plataformas de streaming e em cinemas daqui e de fora. Quem já viu "Oppenheimer" e "O Maestro" sabe do que se está falando. São duas megaproduções que combinam com eficiência algumas concessões ao espectador das grandes plateias de massa com a qualidade de alto padrão do cinema clássico americano. Para ler o texto de Léa Maria Aarão Reis clique aqui
Antes do isolamento das três personagens principais, temos uma boa amostra de como as pessoas se comportam em grupo, nos dias que antecedem o descanso de Natal e ano novo. Os estudantes estão com as malas arrumadas e atacam uns aos outros, de forma gratuita, com palavras sobre bobagens quaisquer; os professores permanecem enfileirados na mesa do almoço e expõem ternos, gravatas borboletas, costeletas avantajadas; vemos, depois, as famílias com os filhos, todos postados na igreja, para a missa derradeira. Como se Deus, pelo padre, concedesse aos mortais o esperado descanso. Como se eles, mortais, pela voz do padre boa-praça, precisassem lembrar – e prestar assim a obrigatória condolência cristã – que um deles, em "Os Rejeitados", não está mais ali. Entre essas famílias brancas, destaca-se a imagem de um rapaz negro morto no Vietnã, em foto no altar, durante a missa. Sua mãe, a cozinheira da escola, está entre eles. É uma das pessoas que, sem o filho, enlutada, continuará ali ao longo dos próximos dias. Para ler o texto de Rafael Amaral clique aqui
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