"Avenida Guerra Junqueiro" - Manuel de Freitas
Avenida Guerra Junqueiro
para o Rui Miguel Ribeiro
Uma cerveja, uma esplanada, pombas
rondando os magros arbustos
– uma espécie de serenidade, intocável.
Penso como seria diferente este preciso momento
se me tivessem internado durante um mês,
à mercê de exames e de uma firme promessa
de morte.
Penso que nunca tive um melanoma, uma cirrose,
uma hérnia no estômago, essas coisas
por que passaram alguns amigos meus.
E lembro-me de uns versos de Emily Dickinson
muito parecidos com a luz forte de Lisboa.
Penso que tenho, afinal,
um inferno pequeno
mas verdadeiro
por ser, como o vosso, mortal.
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