sábado, 10 de junho de 2023

"Quando sinto de noite" - António Osório

 




Quando sinto de noite

 

 

 




Quando sinto de noite


o teu calor dormente


e devagar


para que não despertes


digo: cedro azul,


terra vegetal,


ou só


amor, amor;


quando te acaricio


e devagar


para que não despertes


tomo na mão direita


as duas fontes, iguais, da vida,


procuro a nascente


adormeço


nela essa mão depositando.



 

 

 

António Osório


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