Como consumir arte narrativa
Uma crítica comum a
trabalhos de ficção é que "algo não é realista", ou que "isso é
inverossímil", "ninguém reagiria assim", etc.
Algumas vezes, de fato,
foi erro de quem escreveu. Muitas vezes, entretanto, é proposital.
Talvez a maioria das
pessoas não reagisse à situação A do jeito X.
Mas o fato de a
protagonista dessa história reagir...
comunica justamente que estamos acompanhando a história de uma pessoa
excepcional, do tipo que (justamente!) reage à
situação A do jeito X.
A história é essa.
Não posso, por exemplo, em
um texto sobre História, extrapolar que o travestismo era comum no Segundo
Reinado com base em um punhado de homens que se travestiam.
Mas super posso escrever
um romance inteiro sobre um desses homens.
E, se alguém falar:
"Peralá, isso é inverossímil! Quase ninguém se travestia no Segundo
Reinado"
Eu posso afirmar:
"Esse romance não é
sobre o que todo mundo está fazendo, mas sobre uma dessas poucas e
raras pessoas."
Para ler o texto de Alex Castro clique aqui
Leia "Machado de Assis: contra o racismo, a estratégia do caramujo" de Fabrício César de Oliveira clicando aqui
Leia "Machado de Assis: contra o racismo, a estratégia do caramujo" de Fabrício César de Oliveira clicando aqui
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