"Invicto" - William Ernest Henley (O poema que inspirou Nelson Mandela na prisão)
Invicto (O poema que inspirou Nelson Mandela na
prisão)
Do breu da noite que não dissolve
A me envolver em nuvem negra,
A qualquer deus – se algum me ouve,
Agradeço por minha alma que não se verga.
Fustigado pelas garras do acaso,
Nunca lamentei, não esmoreceu minha fé.
Sob os golpes fortuitos do descaso,
Trago a cabeça em sangue, mas ainda de pé.
Além deste lugar de ira e ranger de dentes
Só se vê o Horror de sombras silentes,
Mas a ameaça do Tempo, que nunca recua,
Não me amedronta, nem me acua.
Embora estreito o portão, sigo adiante,
Mesmo tendo ao lado o castigo e o desatino,
Da minha alma eu sou comandante;
Eu sou o senhor do meu destino.
William Ernest Henley* [tradução de Renato Marques de Oliveira]
*O
poeta inglês William Ernest Henley (1849-1903), teve uma vida difícil.
Tuberculoso desde os 12 anos, sua perna esquerda foi amputada aos 16, por causa
da doença.
Trabalhou
para sustentar a mãe e os irmãos após a morte de seu pai e perdeu sua única
filha, de 6 anos, vítima de meningite. O poema foi escrito no hospital.
Sua
grande publicação foi The Song of the Sword, em 1892. O seu poema mais famoso é
Invictus.
Invictus
é um pequeno poema vitoriano do poeta (também crítico e editor). Ele foi
escrito em 1875 e publicado pela primeira vez em 1888.
Nelson
Mandela citou-o como fonte de inspiração durante seu tempo na prisão na Ilha
Robben de 1964 a 1990. Em uma cela com dimensões reduzidas de 2,5 por 2,1
metros, e uma pequena janela de 30 cm. Na prisão ficou privado das informações
do mundo exterior, pois lá não eram permitidos jornais. Contudo, aprendeu a
pensar a longo prazo, e procurava passar esta forma de raciocínio aos mais
jovens, que cobravam dele respostas imediatistas às autoridades.
Invictus
Latim,
que significa: invencível, bravo, inconquistável, indomável, indócil, indómito,
inexpugnável, insubmisso, insuperável e rebelde.
O filme
O
poema também deu título ao filme “Invictus”, dirigido por Clint Eastwood e
estrelado por Morgan Freeman e Matt Damon, com roteiro de Anthony Peckham e
John Carlin (EUA, 2009, 134 min.)
Sinopse:
Recém-eleito, o presidente Mandela sabe que seu país permanece dividido racial
e economicamente após o fim do apartheid. Acreditando ser capaz de unificar a
população por meio da linguagem universal do esporte. Mandela apóia o desacreditado
time da África do Sul na Copa Mundial de Rúgbi de 1995, que faz uma incrível
campanha até as finais.
0 comentários:
Postar um comentário