"Não sei se fizeste bem ..." - Casimiro de Brito
Não sei se fizeste bem
ao mandar-me os teus olhos. Assim
tocados pela sombra
da tua música mais íntima. Ouço
ao fundo das ilhas
o teu cheiro a flores salgadas,
a maresia. E lembro
as tuas palavras tão cheias
de mistério. A barca silenciosa
da transparência. Quantas vezes colhi
no teu vaso perfumado
a luz e a febre? Quantas vezes ouvi
ao fundo dos teus olhos
correr o sangue? A morte
eufórica
que dividiste comigo.
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