segunda-feira, 10 de novembro de 2014

O ódio nosso de cada dia

O ódio nosso de cada dia

Finda a eleição, numa ressaca nacional o Brasil descobriu-se raivoso: dormimos num vale suíço e acordamos em Serra Leoa.
A terra é chã…
O Brasil não tem terremotos ou furacões. Carecemos de tsunamis. O fundamentalismo religioso, aqui, é mais lembrado pela estética da saia e cabelos compridos que por genocídios. Mesmo não sendo um paraíso, todo brasileiro sabe que não vivemos no inferno. A Terra de Santa Cruz é um cálido purgatório, no máximo.
Esse quadro tem sido pintado, com cores mais fortes ou mais fracas, desde nossa cena fundacional, em 1500. Sérgio Buarque de Holanda usou a celebrada expressão “homem cordial” para descrever nossas raízes, em 1936. Ainda que tenha defendido que o cordial deriva de impulsivo pelo coração, não o dócil, o texto do pai do Chico foi lido sob o prisma do pacifismo. Na mesma década, Gilberto Freyre tinha pintado um latifúndio no qual a escravidão emergia com uma toada malemolente. Os dois clássicos foram absorvidos por um público pátrio que amou encontrar, mesmo onde não havia, uma base narrativa para nossa representação pacifista.
Para ler o texto completo de Leandro Karnal clique aqui

0 comentários:

  © Blogger template 'Solitude' by Ourblogtemplates.com 2008

Back to TOP