domingo, 24 de março de 2013

Os últimos anos do proibicionismo

Realizado todos os anos, o encontro da Comissão sobre Drogas Narcóticas da ONU (CND, em inglês) é, há mais de cinco décadas, uma reunião sem surpresas. Representantes de dezenas de países assumem rotineiramente o compromisso de manter proibida uma longa lista de substâncias psicoativas consideradas “ilícitas” — e de reprimir com dureza seu consumo e comércio. Porém, nesta semana, quando a comissão realizou, em Viena, seu 56º encontro, o script foi quebrado. O secretário da Presidência do Uruguai, Diego Cánepa, defendeu a legalização e regulamentação do uso da maconha, previstos por um projeto de lei que tramita em seu país.
Pouco usual nas sessões da CND, a fala de Cánepa reflete, contudo, um movimento que se espalha e pode tornar-se irreversível em breve. Na América do Sul, Europa e Estados Unidos, um vasto conjunto de iniciativas está questionando o proibicionismo — política que sugere o banimento absoluto de drogas como a maconha, a cocaína, o haxixe e o ópio, e até mesmo das plantas de que são derivadas. Não se trata de protestos de pequenos grupos, mas de uma mudança rápida na opinião das sociedades sobre o tema e também no comportamento dos governos e legisladores. Consenso até há bem pouco, o proibicionismo tornou-se um barco com o casco cheio de buracos e remendos. Nos próprios anos e décadas, será provavelmente substituído por novas políticas — ainda que a mudança seja lenta e penosa.
Para ler o texto completo de Gabriela Leite clique aqui

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