MARINA COLASANTI: Amor aos 80
Quero falar de “Amor” e não sei por onde começar, suspensa em minhas emoções diante desse filme impactante como fiquei durante a projeção. A câmara parada não me deu descanso, o ritmo lento, quase em tempo real, não me deu descanso, o roteiro não me deu descanso. Eu não tive como escapar, ou pelo menos repousar, do sofrimento alheio. Não me foi dada a clemência de um ponto de fuga.
Nem a mim, nem às personagens. A essa altura todos já sabem qual é a história do filme, um casal de musicistas octogenários vive sua vida avançada mas sem sobressaltos até o momento em que ela, Anne, tem um primeiro derrame. Terá outros depois. E porque fez o marido prometer que não a internaria em um hospital, cabe a ele cuidá-la. É disso que se trata, de um ser humano cuidando de outro. Não como uma mãe trata de um filho, nem como um filho trata de um dos pais. Aqui ninguém é jovem, ninguém tem resistência física, e a interferência externa é mínima. Mas sobretudo, aqui opera-se dentro de uma relação de amor.
Nem a mim, nem às personagens. A essa altura todos já sabem qual é a história do filme, um casal de musicistas octogenários vive sua vida avançada mas sem sobressaltos até o momento em que ela, Anne, tem um primeiro derrame. Terá outros depois. E porque fez o marido prometer que não a internaria em um hospital, cabe a ele cuidá-la. É disso que se trata, de um ser humano cuidando de outro. Não como uma mãe trata de um filho, nem como um filho trata de um dos pais. Aqui ninguém é jovem, ninguém tem resistência física, e a interferência externa é mínima. Mas sobretudo, aqui opera-se dentro de uma relação de amor.
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