domingo, 3 de fevereiro de 2013

ANA ISABEL MADEIRA / Histórias cruzadas: identidades, fronteiras e ficções da lusofonia



Apesar da sua utilização cada vez mais corrente, o conceito de lusofonia é um atributo marcado pela ambiguidade com que circula no processo de produção de noções e categorias de conhecimento, interpelando permanentemente o sujeito para a reformulação da subjectividade e, portanto, para a reconstrução das suas práticas sociais. Mas antes de mais, porque a questão da linguagem é sempre um indicador sensível da mudança cultural, não devemos separar a noção de lusofonia de um processo de relacionamento histórico, temporal e espacialmente muito amplo, com sociedades situadas em continentes muito diversos entre si. Como escreveu António Nóvoa, «A nossa localização em África, na América e na Europa – em países tão diversos, ligados pela distância – concede-nos um estatuto muito especial, abrindo uma série de possibilidades ao inquérito histórico e comparado. Não se trata de nos considerarmos como um caso peculiar‘, que confirmaria ou infirmaria certas teses. Trata-se, antes, de assumirmos que a nossa especificidade pode ser elaborada conceptualmente e trabalhada enquanto campo teoricamente conhecível» (Nóvoa, 2000: 127). Para conhecer e produzir conhecimentos sobre esse campo teoricamente conhecível impõe-se, portanto, reflectir sistematicamente sobre o modo como alguns conceitos são produzidos, apropriados e incorporados em discursos verídicos. Porque se, por um lado, percepcionamos a realidade a partir de determinadas categorias de pensamento, essas categorias têm de ser pensadas, em si mesmas, como construções destinadas a representar a própria realidade.
Para ler o texto completo de Ana Isabel Madeira clique aqui

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