"Epílogo" - Carlos Loures
Epílogo
É em púrpura e ouro que os crepúsculos se tecem,
o sangue do ocaso é um ser mutante e louco
que em sombras cai sobre as velas brancas.
Depois, a mão da noite, pouco a pouco,
semeia diamantes, e os astros acontecem.
As velas são içadas, enroladas nas retrancas.
À proa a sereia canta e aponta o rumo. Linda.
A tripulação é embalada pela voz vibrante e pura.
O poeta junta ao poema um adjetivo que faltava ainda
A sereia protege a nave que mergulha na névoa obscura.
Canta: “homes e barcos morrem. O sonho é eterno”
O poeta olha a silente poalha das estrelas e fecha o seu caderno.
Carlos Loures
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