António Vilhena: "Ama-me"
Ama-me
Dás a sombra onde a
luz oculta a silhueta do corpo
só damos o que não
nos pertence
e se recebemos do
outro a parte de cada um
fica escrito que o
mar não é um rio
nem nós somos as
margens desse leito.
Se me amares a luz
dará sentido às coisas
e não separará o
fogo do ar.
Se não me amares
tudo será separado
pela água, como se
fossemos a pira do efémero.
António Vilhena
0 comentários:
Postar um comentário