Águas Negras de Junho
Ao cortar a cabeça de pedra de um colonizador, ao retirá-lo de
pedestais e lançá-lo aos rios, pretende-se questionar a maneira com a sociedade
é regida desde as suas estruturas fixas mais violentas. Pretende-se colocar em
xeque todas as brutalidades e opressões advindas da colonização e denunciar as
continuidades históricas que continuam a segregar, violentar e matar pessoas
racializadas de forma sistemática.
Para ler o texto do Núcleo Antirracista de Coimbra (NAC) clique aqui
Ossos humanos e histórias coloniais
Uma investigação de arquivo revela o passado oculto de uma coleção
de crânios de Timor em Portugal. Estas viagens dos ossos para museus foram
consequência das relações de poder e conquista dos impérios coloniais europeus,
animados por nacionalismos bélicos e inflamados. Não surpreende por isso que o
seu percurso tenha deixado rasto de abusos vários, tão complexos nos seus
motivos e circunstâncias quanto atrozes nos seus efeitos.
Heranças africanas em língua portuguesa: "sempre habitamos um espaço maior que nós"
Num ensaio lucidamente intitulado “Da ficção do império ao império da ficção”,
publicado em 1984, Eduardo Lourenço escreve a propósito da descolonização portuguesa:
“Temos de nos habituar a pensar que sempre
habitamos um espaço maior que nós e por isso mesmo sem sujeito. É a parte de
verdade da nossa imperial ficção. Contentemo-nos hoje com a ficção dessa
verdade. E adaptemo-nos em casa e fora dela a essa ficção”. (Lourenço, p. 269).
Para ler o texto de Felipe Cammaert clique aqui
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