Walter Scheidel: Porque é que os ricos temem as pandemias
No outono de 1347, pulgas de ratos com peste
bubónica entraram na Itália vindos nalguns navios do Mar Negro. Durante os
quatro anos seguintes, uma pandemia atravessou a Europa e o Médio Oriente. O
pânico alastrou-se, à medida que os gânglios linfáticos das axilas e virilhas
das vítimas incharam em bubões, as bolhas negras cobriram os seus corpos, com a
febre a subir em flecha e os órgãos do corpo a falharem. Talvez um terço da
população da Europa tenha perecido.
O
“Decameron” de Giovanni Boccaccio oferece um relato de testemunha ocular:
“Quando todos os túmulos estavam cheios, enormes trincheiras foram escavadas
nos pátios das igrejas, nos quais os recém-chegados foram colocados às
centenas, arrumados em camadas como a carga dos navios.” De acordo com Agnolo
di Tura de Siena, “morreu tanta, tanta gente que todos acreditaram que era o
fim do mundo”.
E
mesmo assim isto era apenas o começo. A peste voltou apenas uma década depois e
os surtos periódicos continuaram durante um século e meio, desbastando várias
gerações seguidas. Por causa desta “peste destrutiva que devastou nações e fez
desaparecer populações”, escreveu o historiador árabe Ibn Khaldun, “todo o
mundo habitado mudou”.
Os
ricos acharam algumas destas mudanças alarmantes.
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de Walter Scheidel clique aqui
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