Somos todos Edward Snowden!
Cabelo curto, aparado, óculos retangulares, bigode e barbicha por fazer, o homem sentado diante dos repórteres no aeroporto de Moscou, na sexta-feira, 13 de julho passado, parecia um cidadão normal. Mas sua fala, se não removeu montanhas, mexeu com elas, suscitando um terremoto. Com voz pausada, narrou em que consistia o cotidiano do seu trabalho: “Eu, sentado na mesa, poderia grampear qualquer pessoa, desde você que está me ouvindo até um juiz federal e mesmo o presidente da república, precisando apenas de um e-mail pessoal.” E completou: “Não quero viver num mundo onde tudo o que eu fizer e disser esteja registrado. Não é a vida que eu quero viver e isto é algo que não estou disposto a aguentar.”
Cerca de um mês antes, o jornal inglês The Guardian publicou reportagem de Glenn Greenwald sobre as revelações de Edward Snowden a respeito das políticas de espionagem do governo estadunidense. A grandeza dos dados desafia a imaginação. Acionando os programas Prisma e XKeyscore, a Agência Nacional de Segurança/NSA dos Estados Unidos armazena, diariamente, 1 a 2 bilhões de registros – e-mails, conversas online e todo tipo de comunicação. Apenas em março de 2013, a Agência coletou 97 bilhões de peças de informação de computadores de todo o mundo, contando com a colaboração das companhias provedoras: Google, Apple, Facebook, Yahoo etc. Thomas Drake, ex-empregado da Agência, confirma: trata-se de um sistema vasto e institucionalizado, trabalhando em escala industrial. Nenhuma comunicação dos e para os EUA escapa do olho da NSA. Ouviu-se então um coro mundial, reatualizando o lendário conto infantil: “O rei está nu!”Para ler o texto completo de Daniel Aarão Reis clique aqui
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