"III (Grande Hotel de Paris)" - Manuel de Freitas
III (Grande Hotel de Paris)
A morte, claro. Existem porém
dias grandes, irredutíveis a versos,
em que a indecisão da luz
nos açoita de felicidade.
São dias raros, futuras
imagens do nada, o suficiente
para que a palavra amor substitua
o primeiro cigarro da manhã.
Chegámos tarde. O quarto 203
trazia-me de novo o teu corpo.
E até a música dos sinos
vinha deitar-se connosco.
Manuel de Freitas
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