domingo, 4 de abril de 2021

"Quando aqui não estás" - Al Berto

 





Quando aqui não estás

 

 

 

 


Quando aqui não estás


o que nos rodeou põe-se a morrer


a janela que abre para o mar


continua fechada só nos sonhos


me ergo


abro-a


deixo a frescura e a força da manhã


escorrem pelos dedos prisioneiros


da tristeza


acordo


para a cegante claridade das ondas


um rosto desenvolve-se nítido


além


rasando o sal da imensa ausência


uma voz


quero morrer


com uma overdose de beleza


e num sussurro o corpo apaziguado


perscruta esse coração


esse


solitário caçador

 

 


 

 

Al Berto


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