sexta-feira, 7 de agosto de 2020

"De Crápula a Herói" (1959) - Roberto Rossellini (1906-1977) & "Visages, Villages" (2018) - Agnès Varda e JR

Il generale Della Rovere”, Indro Montanelli – Giovanni Pistolato

Em 1943, na Itália, um golpista sedutor e jogador inveterado se faz passar por um coronel para tirar dinheiro de pessoas em busca de informações de familiares presos pelos nazistas. Ao ser desmascarado, aceita colaborar para Gestapo e se faz passar pelo general Della Rovere em uma detenção para presos políticos. Essa cópia restaurada de “De Crápula a Herói” foi feita em razão dos festejos do centenário de Roberto Rossellini (1906-1977). Antes de se tornar um diretor consagrado, por filmes como “Ladrões de Bicicleta” (1948), Vittorio de Sica foi um ator popular do cinema fascista.
Em uma entrevista para TV, Vittorio de Sica disse que o longa foi filmado em 33 dias e editado em apenas dez. O motivo da pressa seria a participação no Festival de Veneza. A correria valeu a pena. O filme venceu o Leão de Ouro, prêmio máximo do festival - honraria dividida com “A Grande Guerra”, do também italiano Mario Monicelli. No Oscar, o filme foi indicado à estatueta de roteiro original em 1962. Naquele ano, porém, “A Noite”, de Michelangelo Antonioni foi o escolhido para representar a Itália na premiação (sem conseguir a indicação). Prestigiado pelos filmes do neorrealismo, como “Roma, Cidade Aberta” (1945) e “Paisà” (1946), Rossellini teve uma espécie de redenção com o público italiano com o lançamento de “De Crápula a Herói”, que veio depois de um período marcado pela “fase Ingrid Bergman” e por uma longa estadia na Índia. De Crápula a Herói (Il Generale della Rovere) Roberto Rossellini - França e Itália, 1959, 2:12).
Para assistir ao filme (cópia restaurada) clique no vídeo aqui


"Visages, Villages" - Agnès Varda e JR (França, 2018) 

Visages Villages, um documentário encantador
A cineasta Agnès Varda e o fotógrafo JR se unem em uma pitoresca viagem por vilarejos da França distante dos centros urbanos, capturando imagens inusitadas. O filme foi indicado ao Oscar de melhor documentário em 2018 (perdeu para “Icarus”). Aos 89 anos, Varda se tornou com este filme a pessoa mais velha a ser nomeada para um prêmio da Academia. A diretora também recebeu no mesmo ano um Oscar honorário. O documentário venceu outros 37 prêmios em diferentes festivais, incluindo o Festival de Cannes, o Spirit Awards (principal premiação do cinema independente americano) e o Prêmio Humanidade na 41ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo. Este foi o penúltimo trabalho de Agnès Varda, que lançou em 2019 “Varda por Agnès”. A diretora morreu, vítima de câncer, em março de 2019, aos 90 anos. O fotógrafo Jean Réné, mais conhecido como JR, é considerado um dos principais artistas urbanos da atualidade, com colagens espalhadas em diferentes cantos da França - a maioria de suas obras são ilegais. O artista já expôs seus trabalhos no Brasil, em exposição no Rio, em 2019. Este é o primeiro longa codirigido por JR, que fez antes alguns curtas.

Visages, Villages - Agnès Varda E JR (França, 2018, 1:34).
Para assistir ao documentário clique no vídeo aqui

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