"De Crápula a Herói" (1959) - Roberto Rossellini (1906-1977) & "Visages, Villages" (2018) - Agnès Varda e JR
Em
1943, na Itália, um golpista sedutor e jogador inveterado se faz passar por um
coronel para tirar dinheiro de pessoas em busca de informações de familiares
presos pelos nazistas. Ao ser desmascarado, aceita colaborar para Gestapo e se
faz passar pelo general Della Rovere em uma detenção para presos políticos.
Essa cópia restaurada de “De Crápula a Herói” foi feita em razão dos festejos
do centenário de Roberto Rossellini (1906-1977). Antes de se tornar um diretor
consagrado, por filmes como “Ladrões de Bicicleta” (1948), Vittorio de Sica foi
um ator popular do cinema fascista.
Em
uma entrevista para TV, Vittorio de Sica disse que o longa foi filmado em 33
dias e editado em apenas dez. O motivo da pressa seria a participação no
Festival de Veneza. A correria valeu a pena. O filme venceu o Leão de Ouro,
prêmio máximo do festival - honraria dividida com “A Grande Guerra”, do também
italiano Mario Monicelli. No Oscar, o filme foi indicado à estatueta de roteiro
original em 1962. Naquele ano, porém, “A Noite”, de Michelangelo Antonioni foi
o escolhido para representar a Itália na premiação (sem conseguir a indicação).
Prestigiado pelos filmes do neorrealismo, como “Roma, Cidade Aberta” (1945) e
“Paisà” (1946), Rossellini teve uma espécie de redenção com o público italiano
com o lançamento de “De Crápula a Herói”, que veio depois de um período marcado
pela “fase Ingrid Bergman” e por uma longa estadia na Índia. De Crápula a
Herói (Il Generale della Rovere) Roberto Rossellini - França e Itália,
1959, 2:12).
Para
assistir ao filme (cópia restaurada) clique no vídeo aqui
"Visages, Villages" - Agnès Varda e JR (França, 2018)
A
cineasta Agnès Varda e o fotógrafo JR se unem em uma pitoresca viagem por
vilarejos da França distante dos centros urbanos, capturando imagens
inusitadas. O
filme foi indicado ao Oscar de melhor documentário em 2018 (perdeu para
“Icarus”). Aos 89 anos, Varda se tornou com este filme a pessoa mais velha a
ser nomeada para um prêmio da Academia. A diretora também recebeu no mesmo ano
um Oscar honorário. O
documentário venceu outros 37 prêmios em diferentes festivais, incluindo o
Festival de Cannes, o Spirit Awards (principal premiação do cinema independente
americano) e o Prêmio Humanidade na 41ª Mostra Internacional de Cinema de São
Paulo. Este
foi o penúltimo trabalho de Agnès Varda, que lançou em 2019 “Varda por Agnès”.
A diretora morreu, vítima de câncer, em março de 2019, aos 90 anos. O
fotógrafo Jean Réné, mais conhecido como JR, é considerado um dos principais
artistas urbanos da atualidade, com colagens espalhadas em diferentes cantos da
França - a maioria de suas obras são ilegais. O artista já expôs seus trabalhos
no Brasil, em exposição no Rio, em 2019. Este
é o primeiro longa codirigido por JR, que fez antes alguns curtas.
Visages, Villages - Agnès Varda E JR (França,
2018, 1:34).
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