A escola deveria rasgar o currículo de 2020 e refletir sobre a pandemia
A esta altura, já está claro que a pandemia do novo coronavírus trará prejuízos à aprendizagem de crianças e jovens. A ONU descreve a situação de 1 bilhão de alunos sem aula como uma "catástrofe geracional", e pede a volta às escolas nos países em que o contágio já está sob controle. Não custa lembrar que esse não é o caso do Brasil, em que a taxa de transmissão é considerada fora de controle há 16 semanas pelos dados do Imperial College, de Londres. Ainda que se considerem as diferenças regionais quanto ao avanço da doença e enormes desigualdades no acesso à educação online, parece improvável que alguns poucos meses de ensino presencial, para uma quantidade reduzida de alunos, dê conta de correr atrás do conteúdo não lecionado na pandemia. Como já defendi neste espaço, seria muito mais útil tentar garantir aprendizagem melhor e para mais gente na educação remota do que projetar um retorno potencialmente arriscado à saúde pública e que vai, como mostram as pesquisas, dividir pais, alunos e professores, com consequências imprevisíveis para o clima escolar.
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Maria Rita Kehl: Repulsa ao sexo
Entre os três candidatos à presidência mais bem colocados nas pesquisas, não sabemos a verdadeira posição de Dilma e de Serra. Declaram-se contrários para não mexer num vespeiro que pode lhes custar votos. Marina, evangélica, talvez diga a verdade. Sua posição é tão conservadora nesse aspecto quanto em relação às pesquisas com transgênicos ou células–tronco. Mas o debate sobre a descriminalização do aborto não pode ser pautado pela corrida eleitoral. Algumas considerações desinteressadas são necessárias, ainda que dolorosas. A começar pelo óbvio: não se trata de ser a favor do aborto. Ninguém é. O aborto é sempre a última saída para uma gravidez indesejada. Não é política de controle de natalidade. Não é curtição de adolescentes irresponsáveis, embora algumas vezes possa resultar disso. É uma escolha dramática para a mulher que engravida e se vê sem condições, psíquicas ou materiais, de assumir a maternidade.
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YouTube, Twitter e Instagram: coniventes com barbárie que expõe menina de 10 anos
Fundamentalistas usaram redes para divulgar informações da menina estuprada e do médico responsável pelo aborto. Até live rolou.
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