O fotógrafo que rouba a alma dos indígenas de Dakota do Norte
Na era das fotos
digitais, onipresentes e cada vez mais efêmeras, um artista norte-americano,
conhecido como o Caçador de Sombras, recupera uma das primeiras técnicas da
fotografia.
Pareciam
os 10 segundos mais longos de minha vida. Depois Shane tirou com cuidado o
cristal de sua câmera e o colocou com delicadeza num recipiente. Pegou um pote
e derramou o que tinha dentro sobre a placa. Fez isso com a devoção de um
sacerdote. Pouco a pouco foi surgindo uma imagem. Era como ver dançar as
auroras boreais. Era como ver alguém aparecer entre o nevoeiro da manhã”. O
relato de Dakota Goodhouse, da tribo hunkpapa lakota, poderia ter sido feito no
século XIX, mas é contemporâneo e pode ser lido no livro Northern Plains Native Americans: A Wet Plate Perspective (Glitterati
Editions). Na era da fotografia digital, o artista norte-americano Shane
Balkowitsch recuperou um procedimento do início da história da fotografia para
uma série de retratos dos indígenas americanos de Dakota do Norte. Seus
personagens precisam ficar quietos durante 10 longos segundos, 600 vezes a mais
seria necessário com a câmera de um smartphone. O livro
mostra uma seleção de 50 das primeiras 250 imagens de um projeto, que pretende
a chegar a milhares de retratos. Sem pressa.
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