Porque o "doisladismo" é um totalitarismo
O que indica o uso do termo polarização como desqualificador? É um estigma. Sociologicamente, ele é utilizado por uma categoria que reúne líderes de opinião, jornalistas e comentaristas do centro econômico-intelectual do Brasil, isto é, São Paulo e Rio de Janeiro.
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Negros vivem sob
regime bolsonarista há 480 anos
Dodô Azevedo
Na medida em que
avança o governo Bolsonaro, o que era apreensão de brasileiros democratas
transforma-se em desespero. A cada censura, desmando, violência e escândalo de
corrupção, um desconcerto, um desânimo, uma sensação de impotência toma conta
da alma de quem ainda tem uma.
A estes, primeira coisa a ser dita: Bem vindos ao dia a dia do
negro brasileiro.
Isso aí que está se sentindo como um abismo, opressão desmedida
e ignorância geral, é o sentimento do dia a dia do negro brasileiro.
Muito antes do clã Bolsonaro existir, séculos atrás, já vivíamos
sob o que hoje chama-se de bolsonarismo.
E vivemos. Somos o alvo preferencial da violência e do
desemprego, mas vivemos. E conquistamos. De vez em quando, desanimamos. Bate
desespero. Mas ser negro é ser forte. Resistente. Teimoso. É ter fé.
O bolsonarismo, uma hora ou outra, mais cedo ou mais tarde, vai
passar.
Não para negros.
Então, se você anda por aí atônito com, por exemplo, a escultura
feita de munição de armas, presenteada ao presidente no ato da fundação de seu
novo partido radical-fundamentalista, se você está se perguntando como suportar
tanto absurdo, faça o seguinte: peça conselho a um negro.
Nós vivemos sob um regime radical-fundamentalista desde que da
África nos trouxeram à força.
A
primeira coisa que nos foi apresentada quando desembarcamos nos portos
escravagistas foi o que na época poderia-se muito bem chamar de “Aliança pelo
Brasil”.
Quer ser resistência?
Pergunte-nos como.
Ninguém entende mais de resistência do que nós.
Anda com medo de não ter mais considerados os seus direitos de
cidadão? De que os direitos humanos, nossa conquista maior como sociedade,
passem a não ser mais respeitados? Pergunte-nos como. Convivemos com isso desde
que nos entendemos.
Deste sanhaço, não há saída, política, existencial e coletiva,
que não passe por nós. Que não só não inclua negros, mas que não seja
protagonizada por nós.
Este tem sido o erro histórico e recorrente de todas as
resistências que já ocorreram no Brasil.
Não consultar, ou sequer incluir negros nelas.
Vamos ver se o desespero que se encontram os ensina algo.
Somos
fortes. Resistentes. Teimosos. E temos fé.
Fonte: Aqui
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