Miguel Cardina: "Reconhecer que Portugal foi tão colonial e tão violento quanto os outros faz parte do nosso dever"
O filósofo francês Michel Foucault considerava a Arqueologia a única via de acesso ao presente. Ora, também a História é uma via primordial para a compreensão da atualidade, concorda o historiador Miguel Cardina, socorrendo-se do pensador Antonio Gramsci para lembrar que “toda a História é contemporânea”, ou seja: não há reflexão histórica que não parta do presente. O investigador do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra coorganizou, recentemente, o livro As Voltas do Passado (Tinta-da-China) e coordena o projeto CROME, financiado em €1,4 milhões pelo Conselho Europeu de Investigação, dedicado ao estudo da construção da memória da Guerra Colonial e das lutas de libertação. O historiador de 41 anos não hesita em classificar Portugal enquanto país racista e considera urgente desfazer o mito da bonomia do colonialismo nacional. Explica as razões de considerar ofensiva a proposta de criação de um museu chamado das Descobertas na cidade de Lisboa e desvenda os perigos que, de acordo com a sua opinião, escondem os ataques ao suposto discurso do politicamente correto. Sobre a ida à televisão de Mário Machado, defensor de ideias nazis e condenado por crimes violentos, é peremptório.
Para ler a entrevista de Miguel Cardina clique aqui
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