sexta-feira, 14 de setembro de 2018

HUMOR: Prêmio destaca as pesquisas científicas mais bizarras, e hilárias, do mundo


Montanha-russa no parque temático Beto Carrero World, em Santa Catarina: um dos estudos premiados com o Ig Nobel investigou eficácia de passeios neste tipo de brinquedo para deslocar pedras nos rins
Foto: Divulgação/30-09-2015
Montanha-russa no parque temático Beto Carrero World, em Santa Catarina: um dos estudos premiados com o
Ig Nobel investigou eficácia de passeios neste tipo de brinquedo para deslocar pedras nos rins

Prêmio destaca as pesquisas científicas mais bizarras, e hilárias, do mundo


Valor calórico do canibalismo e uso de passeios em montanhas-russas para tratar pedras nos rins estão entre os ganhadores do Ig Nobel de 2018



Cesar Baima

13/09/2018

RIO – O canibalismo é mais ou menos calórico do que comer carne de animais? É possível usar passeios em montanhas-russas para deslocar e facilitar a saída espontânea de pedras nos rins? Podem parecer estranhas, mas estas são algumas perguntas que cientistas procuraram responder, e agora lhes renderam o prêmio Ig Nobel, cujos ganhadores deste ano foram anunciados na noite desta quinta-feira em um auditório na Universidade de Harvard, nos EUA.
Concedido desde 1991 poucas semanas antes do anúncio dos laureados com os prestigiados Prêmios Nobel - cujas categorias emula, mas não necessariamente segue -, o Ig Nobel busca destacar as pesquisas científicas mais bizarras, e hilárias, já feitas, tendo como mote "estudos que fazem rir, mas também nos colocam para pensar". E risos não faltam para a lista de 2018.
Na área da “Medicina”, por exemplo, são três os estudos lembrados. Além do envolvendo os passeios de montanha-russa para tratamento de pedras nos rins, de autoria de Marc Mitchell David Wartinger, da Universidade do Estado de Michigan, EUA, e publicado em 2016 no “Journal of the American Osteopathic Association”, ganharam destaque relatório produzido pelo japonês Akira Horiuchi, e publicado em 2006 no periódico “Gastrointestinal Endoscopy”, no qual ele conta as “lições aprendidas” pela realização de uma colonoscopia em si mesmo em posição sentada, vencedor na subcategoria “Educação Médica”, e a criatividade de John Barry, Bruce Blank e Michel Boileau, pesquisadores da Universidade de Saúde e Ciência do Oregon, EUA, que usaram selos postais para monitorar ereções noturnas e, assim, o funcionamento do órgão sexual masculino, conforme relatam em estudo publicado em 1980 no periódico “Urology”, numa ideia que lhes valeu o prêmio na área de “Medicina Reprodutiva”.
Já na categoria de “Biologia” o Ig Nobel foi para Paul Becher, da Universidade de Ciências Agrícolas da Suécia, e colegas da Colômbia, Alemanha, França e Suíça por provarem que especialistas em vinhos podem detectar a presença de uma mosca em copos da bebida apenas pelo cheiro do inseto, como relatam em artigo publicado no repositório científico on-line de acesso aberto bioRxiv no ano passado.
Em “Nutrição”, levou o prêmio a mencionada pesquisa sobre o valor calórico do canibalismo, que é significativamente menor do que a maior parte de outras dietas carnívoras, conforme revelou James Cole, da Universidade de Brighton, no Reino Unido, em artigo publicado no ano passado no periódico “Scientific Reports”.
Em “Química”, por sua vez, o Ig Nobel foi para os cientistas portugueses Paula Romão, Adília Alarcão e César Viana, que avaliaram o quanto a saliva humana, isto é, o cuspe, é eficiente para a limpeza de superfícies sujas, objeto de pesquisa publicada em 1990 no periódico “Studies in Conservation”.
Enquanto isso, em “Antropologia”, levaram o Ig Nobel Tomas Persson, Gabriela-Alina Sauciuc, e Elainie Madsen, da Universidade de Lund, na Suécia, por mostrarem que chimpanzés em zoológicos imitam humanos tão frequentemente, e tão bem, quanto os seres humanos os imitam durante suas visitas a estes tipos de instituições, em estudo publicado em janeiro deste ano no periódico “Primates”.
De volta a categorias diretamente relacionadas ao Nobel tradicional, o prêmio Ig Nobel de “Literatura” foi para Thea Blackler, Rafael Gomez, Vesna Popovic e M. Helen Thompson, da Universidade de Tecnologia de Queensland, na Austrália, por verificarem que a maioria das pessoas que usa equipamentos complexos não lê os manuais de instrução antes de fazê-lo, conforme relatam em artigo publicado em 2014 no periódico “Interacting With Computers”.
Já o “Ig Nobel da Paz” foi para Francisco Alonso, Cristina Esteban, Andrea Serge, Maria-Luisa Ballestar, Jaime Sanmartín, Constanza Calatayud e Beatriz Alamar, da Universidade de Valencia, na Espanha, por medirem a frequência, motivação e efeitos de gritos e xingamentos proferidos por motoristas no trânsito, pesquisa que rendeu dois artigos publicados em 2005 nos periódicos “Journal of Sociology and Anthropology” e “Cuadernos de Reflexión Attitudes”.
Por fim, o prêmio de “Economia” foi concedido a Lindie Hanyu Liang, Douglas Brown, Huiwen Lian, Samuel Hanig, D. Lance Ferris e Lisa Keeping, de instituições no Canadá, China, EUA e Cingapura, por investigarem a eficácia de uso bonecas de vudu por empregados de empresas para se vingarem de chefes abusivos, em pesquisa publicada em fevereiro deste ano no periódico “The Leadership Quarterly”.
FONTE: Aqui

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