HUMOR: Prêmio destaca as pesquisas científicas mais bizarras, e hilárias, do mundo
Montanha-russa no parque temático Beto Carrero World, em Santa
Catarina: um dos estudos premiados com o
Ig Nobel investigou eficácia de passeios neste tipo de brinquedo
para deslocar pedras nos rins
Prêmio destaca as pesquisas científicas mais
bizarras, e hilárias, do mundo
Valor
calórico do canibalismo e uso de passeios em montanhas-russas para tratar
pedras nos rins estão entre os ganhadores do Ig Nobel de 2018
Cesar Baima
13/09/2018
RIO
– O canibalismo é mais ou menos calórico do que comer carne de animais? É
possível usar passeios em montanhas-russas para deslocar e facilitar a saída
espontânea de pedras nos rins? Podem parecer estranhas, mas estas são algumas
perguntas que cientistas procuraram responder, e agora lhes renderam o prêmio
Ig Nobel, cujos ganhadores deste ano foram anunciados na noite desta
quinta-feira em um auditório na Universidade de Harvard, nos EUA.
Concedido desde 1991 poucas semanas antes do anúncio dos laureados
com os prestigiados Prêmios Nobel - cujas categorias emula, mas não
necessariamente segue -, o Ig Nobel busca destacar as pesquisas científicas
mais bizarras, e hilárias, já feitas, tendo como mote "estudos que fazem
rir, mas também nos colocam para pensar". E risos não faltam para a lista
de 2018.
Na área da “Medicina”, por exemplo, são três os estudos lembrados.
Além do envolvendo os passeios de montanha-russa para tratamento de pedras nos
rins, de autoria de Marc Mitchell David Wartinger, da Universidade do Estado de
Michigan, EUA, e publicado em 2016 no “Journal of the American Osteopathic
Association”, ganharam destaque relatório produzido pelo japonês Akira
Horiuchi, e publicado em 2006 no periódico “Gastrointestinal Endoscopy”, no
qual ele conta as “lições aprendidas” pela realização de uma colonoscopia em si
mesmo em posição sentada, vencedor na subcategoria “Educação Médica”, e a
criatividade de John Barry, Bruce Blank e Michel Boileau, pesquisadores da
Universidade de Saúde e Ciência do Oregon, EUA, que usaram selos postais para
monitorar ereções noturnas e, assim, o funcionamento do órgão sexual masculino,
conforme relatam em estudo publicado em 1980 no periódico “Urology”, numa ideia
que lhes valeu o prêmio na área de “Medicina Reprodutiva”.
Já na categoria de “Biologia” o Ig Nobel foi para Paul Becher, da
Universidade de Ciências Agrícolas da Suécia, e colegas da Colômbia, Alemanha,
França e Suíça por provarem que especialistas em vinhos podem detectar a
presença de uma mosca em copos da bebida apenas pelo cheiro do inseto, como
relatam em artigo publicado no repositório científico on-line de acesso aberto
bioRxiv no ano passado.
Em “Nutrição”, levou o prêmio a mencionada pesquisa sobre o valor
calórico do canibalismo, que é significativamente menor do que a maior parte de
outras dietas carnívoras, conforme revelou James Cole, da Universidade de
Brighton, no Reino Unido, em artigo publicado no ano passado no periódico
“Scientific Reports”.
Em “Química”, por sua vez, o Ig Nobel foi para os cientistas
portugueses Paula Romão, Adília Alarcão e César Viana, que avaliaram o quanto a
saliva humana, isto é, o cuspe, é eficiente para a limpeza de superfícies
sujas, objeto de pesquisa publicada em 1990 no periódico “Studies in
Conservation”.
Enquanto isso, em “Antropologia”, levaram o Ig Nobel Tomas
Persson, Gabriela-Alina Sauciuc, e Elainie Madsen, da Universidade de Lund, na
Suécia, por mostrarem que chimpanzés em zoológicos imitam humanos tão
frequentemente, e tão bem, quanto os seres humanos os imitam durante suas
visitas a estes tipos de instituições, em estudo publicado em janeiro deste ano
no periódico “Primates”.
De
volta a categorias diretamente relacionadas ao Nobel tradicional, o prêmio Ig
Nobel de “Literatura” foi para Thea Blackler, Rafael Gomez, Vesna Popovic e M.
Helen Thompson, da Universidade de Tecnologia de Queensland, na Austrália, por
verificarem que a maioria das pessoas que usa equipamentos complexos não lê os
manuais de instrução antes de fazê-lo, conforme relatam em artigo publicado em
2014 no periódico “Interacting With Computers”.
Já o “Ig Nobel da Paz” foi para Francisco Alonso, Cristina
Esteban, Andrea Serge, Maria-Luisa Ballestar, Jaime Sanmartín, Constanza
Calatayud e Beatriz Alamar, da Universidade de Valencia, na Espanha, por
medirem a frequência, motivação e efeitos de gritos e xingamentos proferidos
por motoristas no trânsito, pesquisa que rendeu dois artigos publicados em 2005
nos periódicos “Journal of Sociology and Anthropology” e “Cuadernos de
Reflexión Attitudes”.
Por fim, o prêmio de “Economia” foi concedido a Lindie Hanyu
Liang, Douglas Brown, Huiwen Lian, Samuel Hanig, D. Lance Ferris e Lisa
Keeping, de instituições no Canadá, China, EUA e Cingapura, por investigarem a
eficácia de uso bonecas de vudu por empregados de empresas para se vingarem de
chefes abusivos, em pesquisa publicada em fevereiro deste ano no periódico “The
Leadership Quarterly”.
FONTE: Aqui
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