Cientistas descobrem mecanismos que causam versão mais grave da TPM
Cientistas descobrem
mecanismos que causam versão mais grave da TPM
Transtorno Disfórico
Pré-menstrual leva a irritabilidade, tristeza e descontrole emocional
O Globo - 03/01/2017
Alexandre Cassiano / Agência O Globo
RIO — Pesquisadores dos Institutos Nacionais de Saúde dos Estados
Unidos (NIH) descobriram os mecanismos moleculares que podem estar por trás do
Transtorno Disfórico Pré-menstrual (TDPM), menos comum do que a Tensão
Pré-menstrual (TPM), mas muito mais grave.
Formalmente reconhecido pela medicina apenas no início dos anos
2000, este tipo de transtorno pode provocar irritabilidade incapacitante,
depressão, sentimentos de falta de esperânça, insônia, falta de apetite e
outros sintomas que perturbam o dia a dia. A maioria deles é semelhante aos
sintomas da TPM, mas mais intensos. O TDPM afeta de 2% a 5% das mulheres em
idade reprodutiva nos dias que antecedem a menstruação.
— Nós encontramos um gene suspeito de ter uma expressão
desregulada. Isso aumenta a evidência de que o Transtorno Disfórico
Pré-menstrual é um distúrbio e uma resposta da célula ao estrogênio e
progesterona — diz Peter Schmidt, do Instituto de Saúde Mental e Endocrinologia
Comportamental do NIH. — Aprender mais sobre esse complexo genético mantém a
esperança de melhorar o tratamento de tais distúrbios do humor.
Expressão do complexo genético que foi encontrada como causa do
transtorno
Segundo a pesquisa, esse transtorno é causado por um grupo de
genes, presentes nessa pequena fatia de mulheres, que afeta o modo como os
hormônios sexuais interagem com outros genes. Os autores publicaram seus
resultados nesta terça-feira, na revista “Molecular Psychiatry”.
— Este é um grande momento para as mulheres, porque demonstra que
aquelas afetadas pelo Transtorno Disfórico Pré-menstrual têm uma diferença
intrínseca no seu aparelho molecular em resposta aos hormônios sexuais — afirma
David Goldman, outro autor da pesquisa.
Os pesquisadores estudaram os glóbulos brancos das mulheres para
ver como eles reagem ao estrogênio e à progesterona. As células de mulheres que
tinham o Transtorno Disfórico Pré-menstrual expressaram genes de forma
diferente daquelas que não tinham o problema.
Houve um grande complexo de genes que pareceu ser a raiz dessa
diferença, chamado de ESC/E(Z). Este complexo está envolvido na regulação de
como outros genes respondem aos hormônios sexuais, o que poderia explicar por
que as mulheres com Transtorno Disfórico Pré-menstrual têm uma sensibilidade
tão extrema aos hormônios sexuais.
— Pela primeira vez, temos agora evidências celulares de
sinalização anormal em células derivadas de mulheres que têm esse transtorno, e
uma causa biológica plausível para a sua sensibilidade comportamental anormal
para estrogênio e progesterona — explica Schmidt.
DIAGNÓSTICO
Para diagnosticar a TDPM, são necessários cinco dos seguintes
sintomas, e pelo menos um deles deve ser os de número de 1 a 4:
1. Humor deprimido, sentimentos de falta de esperança ou
pensamentos autodepreciativos.
2. Ansiedade acentuada, tensão, sentimentos de estar com os "nervos à flor
da pele".
3. Significativa instabilidade afetiva.
4. Raiva ou irritabilidade persistente e conflitos interpessoais aumentados. 5.
Interesse diminuído pelas atividades habituais. 6. Sentimento subjetivo de
dificuldade em se concentrar.
7. Letargia, fadiga fácil ou acentuada falta de energia.
8. Alteração acentuada do apetite, excessos alimentares ou avidez por
determinados alimentos.
9. Hipersônia ou insônia.
10. Sentimentos subjetivos de descontrole emocional.
11. Outros sintomas físicos, como sensibilidade ou inchaço das mamas, dor de
cabeça, dor articular ou muscular, sensação de inchaço geral e ganho de peso.
FONTE: Aqui
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