CINEMA & POLÍTICA: O morcego na sombra da águia
Barack Obama e a luta contra a recessão econômica – assim como George W. Bush
e suas aventuras no Iraque – não saíram nas páginas dos quadrinhos. Mas acabaram
por influenciar uma das produções de maior sucesso recente do cinema. Assim como
O Planeta dos Macacos (1968) trazia os anseios do apocalipse nuclear da
Guerra Fria e Matrix (1999) apresentava ao grande público o mundo
virtual que dominaria a década seguinte, a grande reflexão cinematográfica da
sociopolítica atual apareceu com um homem-morcego criado em 1939.
Ainda é cedo para perceber de forma clara a inserção cultural da trilogia do Batman no cinema, encerrada agora por O Cavaleiro das Trevas Ressurge. Só no futuro saberemos com certeza se a obra do diretor Christopher Nolan com o icônico personagem dos quadrinhos foi um acurado reflexo desta época. Mas não há como negar que Batman Begins (2005), O Cavaleiro das Trevas (2008) e o recente Ressurge são potentes metáforas dos Estados Unidos da primeira década do século 21.
O contexto sempre reflete a produção cultural de sua época. Seja com referências diretas ou inconscientes, a realidade força-se sobre o artista, resultando em algo que vai, em maior ou menor grau, servir de representação daqueles tempos. Um personagem como Bruce Wayne serviu perfeitamente como mediador dos últimos dez anos. Bilionário, playboy, representante de uma belle époque de gastanças e exageros em que o céu é o limite. Mas tudo não passa de espelho e fumaça: por trás de toda a farra econômica está um vigilante nas sombras, sacrificando-se para manter a ordem dentro de um sistema falido. Talvez nenhuma outra obra cinematográfica tenha conseguido mostrar de forma tão rica os receios e anseios da nação mais poderosa do planeta. Do 11 de setembro à crise econômica, os filmes do homem-morcego são a cara de uma sociedade que começou os anos 2000 como império inatingível e acabou gravemente ferida pelo terror político, religioso e financeiro.
Para ler o texto completo de Renné França clique aqui
Ainda é cedo para perceber de forma clara a inserção cultural da trilogia do Batman no cinema, encerrada agora por O Cavaleiro das Trevas Ressurge. Só no futuro saberemos com certeza se a obra do diretor Christopher Nolan com o icônico personagem dos quadrinhos foi um acurado reflexo desta época. Mas não há como negar que Batman Begins (2005), O Cavaleiro das Trevas (2008) e o recente Ressurge são potentes metáforas dos Estados Unidos da primeira década do século 21.
O contexto sempre reflete a produção cultural de sua época. Seja com referências diretas ou inconscientes, a realidade força-se sobre o artista, resultando em algo que vai, em maior ou menor grau, servir de representação daqueles tempos. Um personagem como Bruce Wayne serviu perfeitamente como mediador dos últimos dez anos. Bilionário, playboy, representante de uma belle époque de gastanças e exageros em que o céu é o limite. Mas tudo não passa de espelho e fumaça: por trás de toda a farra econômica está um vigilante nas sombras, sacrificando-se para manter a ordem dentro de um sistema falido. Talvez nenhuma outra obra cinematográfica tenha conseguido mostrar de forma tão rica os receios e anseios da nação mais poderosa do planeta. Do 11 de setembro à crise econômica, os filmes do homem-morcego são a cara de uma sociedade que começou os anos 2000 como império inatingível e acabou gravemente ferida pelo terror político, religioso e financeiro.
Para ler o texto completo de Renné França clique aqui
0 comentários:
Postar um comentário