segunda-feira, 6 de maio de 2024

"Poema inacabável" - Manuel de Freitas

 



Poema inacabável

 




Many loved before us, I know


that we’re not new…


– podia começar assim,


com uma dessas canções


profanas e furibundas


a que se regressa sempre


nos partidos tempos da vida.



Mas não creio que o alento possa voltar


a ser o daquelas manhãs de junho


em que uma despedida precoce ditou leis


que eu cumpri demasiado bem.


Que tem isso a ver contigo, dirás,


e a resposta cala-se no meu peito,



asfixia lentamente nas sílabas


do teu nome em forma de punhal,


enquanto eu, o próprio, ando por aí


a ver passar os navios que já não passam


e a preparar tabernas disponíveis


para a velhice que virá.


Já não sou, acredita, esse príncipe



de um reino que quis imundo e breve.


E sei agora que as algemas do amor


doem mais quando os pulsos mal abertos


calafetaram a memória numa travessa


sem espera. De pouco serve importunar-te:



és apenas o álibi dilacerante


de um poema que eventualmente terá


alguma coisa a ver comigo, nada


que mereça a pena que aliás nada merece.



E hás-de ter uma vida, uma família, um cão,


como toda a gente tem mesmo que não tenha,


inventando paliativos cheios de calor,


do sossego, que nunca curaram ninguém


da peste real do amor: esta vontade


de beber por mãos alheias o sangue derramado,


suspenso num sorriso em chamas


sobre o qual já tudo foi dito e ainda nada.



Que te protejam, na noite serrada,


as mais frias certezas e a boca da catástrofe


que não beijou nem quis o poema inacabável.



Manuel de Freitas




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Depois de "Vidas Passadas" nos contar a história de um amor que ficou só no ensaio, o belga "Here" nos traz versão ainda mais embrionária de uma relação amorosa. Ela acontece entre o romeno Stefan (Stefan Gota), operário da construção civil, e a belgo-chinesa Shuxiu (Liyo Gong), pesquisadora dedicada aos musgos. Embora seja esse o foco do filme, Stefan e Shuxiu só vão cruzar seus caminhos pela primeira vez aos 40 minutos, ou seja, na metade da duração. Para ler o texto de Carlos Alberto Mattos clique aqui


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Hoje em dia, a melhor forma de saber realmente quem é aquela pessoa que você está trocando foguinho na DM é olhar os perfis que ela segue. Você pode encontrar um Gustavo Scat, um perfil de fofocas suspeito, o Alexandre Frota, uma sauna baixa renda em Botafogo e até um perfil local que compartilha resultados do jogo do bicho, daí você toma a decisão de topar o date ou não, que no caso é sim! Divirta-se clicando aqui

Nos caminhos da arte





Dulce Maria Cardoso: Portugal - "Não tenhamos ilusões, a ditadura aguentou-se quase cinco décadas com a conivência de quase todos"




Portugal nunca mais voltaria a olhar para sua história recente da mesma maneira desde que saiu "O Retorno", romance de Dulce Maria Cardoso que aborda o drama dos retornados. Convidada do ciclo de entrevistas "o 25 de Abril (também) foi uma ficção", a escritora diz que o estigma já passou, mas que outros fantasmas retornaram, "era só preciso que houvesse uma pessoa que aparecesse e que não tivesse vergonha de encarnar esse lado mais negro que todos os povos têm". Para ler sua entrevista clique aqui










Artista russo Michael Zajkov cria rostos de boneca incrivelmente realistas




Quando os artistas são verdadeiramente talentosos, pode ser difícil dizer se o seu trabalho é de facto real ou não. Isso pode ser dito de  Michael Zajkov,  um talentoso artista russo que cria bonecos surpreendentemente belos e realistas. Zajkov se formou na Universidade Estadual de Kuban da Rússia e começou sua carreira trabalhando em um teatro de fantoches, após o que participou da exposição "Art Dolls" em Moscou. Zajkov usa argila polimérica para fazer suas criações de bonecas humanas, bem como vidro para os olhos e mohair francês para os cabelos. Com suas habilidades de pintura, Zajkov consegue dar vida aos seus bonecos - bem, quase. Vamos dar uma olhada no seu trabalho clicando aqui






VÍDEO - Veja o céu transformar-se num turbilhão de cores e luzes




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