"Se não fosse por pudor" - Fatiha Morchid
Se não fosse por pudor
Quando te encontrei pela última vez,
sussurraste a uns transeuntes:
todos os homens me invejam;
sinto-me livre de tal forma,
que me irrito.
Que farei agora com os meus instantes,
com um leito vazio,
e uma longa noite entediante?
Se não fosse por pudor,
ter-te-ia pedido dois minutos,
apenas dois,
durante os quais te haveria amado a vida inteira
para partir logo depois.
Fatiha Morchid
asceu em Benslimane em 1958. É médica pediatra, tendo-se doutorado em 1985. É membro da União de Escritores de Marrocos e uma das poetas marroquinas mais divulgadas no estrangeiro, tendo participado em inúmeros encontros e festivais de poesia, tanto no seu país, como na Tunísia, Argélia, Bahrain, Egipto, França, Panamá e Dinamarca. Poemas seus encontram-se traduzidos para espanhol, francês, inglês, italiano, turco, dinamarquês, e (agora) português. Dirigiu ainda, durante vários anos, um programa sobre educação sanitária na segunda cadeia de televisão de Marrocos. Publicou os seguintes livros: Sinais, 2002; Folhas enamoradas, 2003; Folhas enamoradas, com um estojo artístico do pintor Ahmed Jarid, 2003; Vem para que sejamos chuva, 2005; Que obscuridade oculta o arco-íris?, 2006; Apenas momentos, 2007, e o romance Instantes e nad a mais, 2007.
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