Navegando pelo cinema
"Retratos Fantasmas"
É muito difícil fazer um documentário ensaístico que desarruma o passado pessoal para contestar e retificar a história (de que se faz o presente) sem cair no lugar comum que o uso do “eu” acarreta. Por um lado, o carácter meloso e verborreico que vem às costas do ato de recordar. Por outro, o típico umbiguismo, que arrisca que o filme resvale mais rapidamente para uma observação que afunila, em vez de expandir. Para além disto, e assim que a narração se instala definitivamente enquanto fio condutor, o risco desta não conseguir fixar e manter o charme da evocação é demasiado elevado. Há uma razão pela qual Agnès Varda continua a ser protegida a todo o custo. Poucos são os cineastas que conseguem realmente puxar para os cantos os termos padronizados do que é um filme-ensaio para o refazerem como se tudo se tratasse de um jogo (no qual se segura a lanterna na mão e se constrói a realidade num presente que viu a inevitável mudança tornar-se o futuro). Kleber Mendonça Filho consegue isso e mais com "Retratos Fantasmas" (2023). Para ler o texto de Susana Bessa clique aqui
Veneza 2023: Hamaguchi impressiona com o enigmático "Evil Does Not Exist"
Com um filme menos ambicioso e mais experimental que o anterior “Drive My Car”, o japonês Ryūsuke Hamaguchi surpreende a todos com o seu fabuloso “Evil Does Not Exist”. Uma entrada inesperada na competição estelar da 80.ª edição de Veneza, que traz os temas filosóficos recorrentes na filmografia do realizador, só que desta vez com um final chocante. Para ler o texto de Wellington Almeida clique aqui
"Memórias de uma Gueixa"
Quando o livro que originou o filme foi lançado em 1997, pelo autor Arthur Golden, Hollywood logo entrou em polvorosa, devido ao sucesso estrondoso de vendas – ficou na lista dos mais vendidos do jornal The New York Times por mais de dois anos. Um grande épico romântico e exótico resultaria em uma atração grandiosa e de grande apelo. Quem comprou os direitos de adaptação foi o produtor Douglas Wick, que venceu o Oscar por "Gladiador" (2000) e que logo depois produziu "Soldado Anônimo" (2005). Ele chamou para dirigir ninguém menos que Steven Spielberg, que depois de várias tentativas, acabou desistindo do projeto por não conseguir conciliar as filmagens com sua atribulada agenda, assumindo somente a produção. Para ler o texto de Marcelo Castro Moraes clique aqui
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