"AI,AI,AI..." - Luís Felipe Nogueira
AI,AI,AI...
Sou da época em que
"Ai" era uma maneira de descrever
ou escrever uma
expressão dolorosa.
Hoje, no entanto,
dizem ser "Artificial Intelligence"...
ou "IA",
traduzido pela nossa sequência gramatical.
Não prefiro a dor,
mas, não gosto dessas coisas artificiais,
tanto para ingerirmos
quanto para sermos...
No mais, tenho certo
receio quanto ao vocábulo "inteligência",
parece abrangente,
mas, às vezes, ou melhor, na maioria delas,
se refere a
específicos itens, assuntos, matérias;
e indo além, e a
emocional? E a espiritual? Tão propaladas...
Será apenas um acúmulo
de conhecimento
numa velocidade de
raciocínio lógico inatingível?
E a sabedoria onde
ficaria???
Quer seja a calma observacional,
a aplicação humana
calcada no bom senso,
intuição que nos
mantiveram vivos até agora...
Bem, o humano já há
muito deixou de ser
o protagonista da
própria humanidade para o chamado "mercado"...
Os ecossistemas deram
lugar aos "sistemas"
que parecem ter vida
própria e sem nenhuma sensibilidade...
Estamos deixando de
fazer o bem
para termos "o
bem", e f...o resto da sociedade...
É nesse contexto que
"AI" chega...
Não obstante, como o
próprio nome diz artificial,
ou seja, criada, e por
quem?... por nós, pobres mortais!
E, mesmo que um dia
"evoluam" por total autonomia,
ainda sim, todo o
conhecimento e tecnologia
terão sidos advindos
da inteligência humana...
Fico pensando, naquela
estória de Salomão, o rei sábio,
que ao ter de decidir
sobre quem ficaria com uma criança
disputada por duas
mulheres que se diziam ambas genitoras da mesma,
sentenciou que se
partisse ao meio e desse uma metade a cada uma.
O desfecho todos
conhecem, a mãe verdadeira, como mãe que era,
abre mão da sua
vontade em favor da vida de seu filho.
Só uma mãe faria isso.
Caso resolvido pela
sabedoria...
Gostaria de ver
"AI" tentando equacionar esse caso,
sem ter a referência
salomônica, nem, muito menos,
o recurso da genética,
na época...
Imagino que resgataria
a minha noção de dor e diria
Ai, Ai, Ai...
(Fiquemos tranquilos,
não seremos extintos...
Seremos deletados...).
Luís Felipe Nogueira
(23/07/23)
Homenagem
a quem ainda pensa com o coração.
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