Navegando pelo cinema
Alain Bergala - Intuição
O cinema tem algo de específico sobre as escolhas da criação.
Quando filmamos um plano - em uma ficção, por exemplo - há
necessariamente uma parte lógica. Há sempre uma parte que é
deduzida, já que se escolhe filmar determinado plano dada sua
função no roteiro, na história. É uma questão de inteligência lógica. Neste momento, é preciso ver mais o homem do que a mulher? Depende da cena e do recorte em que se está.
Mas, se o cinema não é em geral apenas lógica, não é também
apenas criação. Os verdadeiros cineastas, que acreditam na criação, tem necessidade também de - no momento em que eles fazem os quadros, em que eles decidem alguma coisa - confiar em
suas vontades, suas intuições, seus desejos. Isto quer dizer que a
parte da intuição é muito importante. Como um pintor que diz
que o amarelo é necessário. Mas depois - quando ele coloca o
toque com o pincel - não é mais lógica; é o corpo, é a vontade, é
o toque. Assim é o grande cineasta. Em seu ato de criação, há
sempre uma parte lógica - senão, não há filme, não há história -
sem nunca haver uma renúncia à parte intuitiva. “Eu tenho vontade de filmar aqui, desse jeito, porque eu vou ver a luz nos cabelos”. Aí, não é mais lógica, é o sensível, é a intuição.
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Filmes de Catarina Vasconcelos, Raquel Castro, Margarida Gil, Marta Ribeiro e Maria Clara Escobar vão estrear-se em 2022, na plataforma de ‘streaming’ Netflix, no âmbito de uma parceria com a Academia Portuguesa de Cinema. Os cinco filmes foram selecionados por um júri, a partir de uma convocatória lançada este ano pela academia e pela Netflix, destinada a dar mais visibilidade a mulheres portuguesas – ou com residência permanente em Portugal – que tenham estado envolvidas na produção, realização ou escrita de argumento. Para ler o texto completo clique aqui
DOCUMENTÁRIO - "Tudo é Brasil", de Rogério Sganzerla (1997)
Em 1942, o cineasta americano Orson Welles, autor de Cidadão Kane, um dos mais importantes filmes da história do cinema, veio para o Brasil. Seu objetivo era rodar o documentário É tudo verdade, porém, tragédias, excessos e o boicote dos magnatas de Hollywood, fizeram com que o projeto fosse abortado. Sganzerla reconstitui os passos do mestre no país. Exibido no Festival de Cannes, o filme é muito mais do que um documentário jornalístico sobre a mítica passagem de Orson Welles pelo país. A montagem é a grande força desta obra-prima que trata também do próprio Brasil. Seu rico e inestimável material de arquivo inclui cenas, diálogos e performances de Carmen Miranda e Grande Otelo. Para assistir ao documentário (1:22:00) clique aqui
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