"O poema 52 do livro “Música nua”" - Casimiro de Brito
E subitamente a mão no joelho
a tua sobre a minha e subitamente
um beijo na nuca e já te dobras e já
somos
duas peles duas sedas acariciando-se
e já somos dois irmãos que se confundem
com duas bocas
e bocas que beijam tanto quanto mordem
e com dentes vegetais se desejam e
subitamente
uma dança um duelo uma festa uma pequena
morte muito lenta muito leve e depois
húmida e depois louca
e perversa
e tudo.
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