Robôs nunca atingirão nível de consciência similar ao humano, diz físico Marcelo Gleiser
A
inteligência artificial e os robôs podem acabar, nas próximas décadas,
substituindo a humanidade na maior parte dos trabalhos que hoje executamos. Mas
não em todos. É o que argumenta o físico brasileiro Marcelo Gleiser. Em entrevista
ao Mensageiro Sideral, ele
se mostra cético quanto às possibilidades de computadores atingirem um nível de
consciência similar ao dos humanos.
“É
possível se criar uma consciência artificial?”, pergunta-se Gleiser. “Pode ser
que você consiga, com uma rede neuronal suficientemente complexa, [que] surja
alguma espécie de emergência com alguma coisa parecida com uma consciência e
tal. Mas, seja lá o que essa consciência for, ela certamente não tem nada ver
com a gente ou com a consciência humana.”
Gleiser
também afirma que a próxima década será, provavelmente, o momento em que a
humanidade decifrará grandes enigmas, como a natureza da matéria escura e da
energia escura, que perfazem a maior parte da quantidade total de matéria e
energia do cosmos. E ele vai mais além, ao afirmar que está chegando o dia em
que poderemos responder à famosa pergunta: “Estamos sós no Universo?”
“Vai
ser possível daqui a dez anos mais ou menos, talvez até menos, estudar a
composição química da atmosfera de outros planetas”, afirma. “Se você fizer
isso, imagina que um ser alienígena está olhando para a Terra, de longe. O que
ele vai ver? Ele vai ver que a atmosfera é rica em oxigênio, que tem metano,
que tem água, que tem ozônio, e essa criatura (certamente se estiver observando
a gente vai ser boa em ciência) vai deduzir que existe vida na Terra. Só
olhando para a composição da atmosfera. Não precisa ver nenhum bichinho com
antena, onda de rádio, porra nenhuma. Só olhando para a atmosfera você já sabe
quase com certeza absoluta (porque não existe certeza absoluta em ciência) que
existe vida naquele lugar. A gente vai poder fazer isso. Isso, para mim, é
absolutamente fantástico.”
Salvador
Nogueira
Confira
a seguir a entrevista completa com Marcelo Gleiser clicando no vídeo aqui
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