Foucault e a Universidade: Entre o governo dos outros e o governo de si mesmo
Há trinta anos, no dia 25 de junho de 1984, morria Foucault. Esse
filósofo, intelectual comprometido e professor universitário foi uma figura
que certamente influenciou imensamente na formação intelectual e na
educação político-sentimental de muitos de nós. Muito já se falou sobre
Foucault e a educação, porém são poucas as páginas efetivamente dedicadas em seus livros a tematizar esta questão. Nada especificamente
dedicado à educação universitária. Sabemos, no entanto, que a relação
saber-poder, que mais tarde se transformará numa discussão sobre os
espaços de veridição e sua relação com os diversos modos que adota a governamentalidade, será uma temática que retorna nos textos de
Foucault. Se considerarmos que a universidade é hoje o espaço por
excelência de construção, transmissão e consolidação de saberes e verdades: como pensar nesse marco definido por Foucault, a tarefa que nos
cabe como professores universitários? Uma rápida análise dos textos
e cursos de Foucault, assim como um simples olhar para a história de
sua prática concreta como docente, corrobora que a tarefa do professor
não pode limitar-se ao exercício do governo sobre os outros, e que, pelo
contrário, nos cabe, como aos filósofos clássicos, auxiliar nossos alunos
na difícil tarefa de governar-se a si mesmos.
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