Ouvir falar o pensamento, aprender a falar o pensamento no interior da universidade: o testemunho dos "professores" Michel Certeau, Gilles Deleuze, Michel Foucault e Roland Barthes
Conseguir levar o texto ainda em construção à cena da sala de aula, buscando e renovando com esse gesto corajoso a itinerância do pensamento apoiado em uma base
plenamente dialógica — eis aquela que permanece há séculos como a grande questão
pedagógica de uma universidade do saber por vir. Este artigo centra-se em um período
de intensa crítica à concepção tradicional de universidade, assim como aos esforços
de transformação das práticas de trabalho entre professores e alunos sob o signo da
reciprocidade. Dá especial enfoque a declarações de Barthes, Certeau, Deleuze e
Foucault quando as suas reflexões se acercaram dos domínios da pedagogia — a partir
de uma experiência em Vincennes (Paris VIII) depois de 1968 e que se estendeu até
ao termo dos anos de 1980 — e convergiram na necessidade de construir espaços de
efetiva partilha comunitária com os estudantes tomando como base os princípios da
incompletude do saber, da ativa singularização de quem o produz.
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