ELEIÇÕES: Sinal de alerta máximo (16)
Impressiona a incapacidade da Justiça de se entender como parte do
sistema em crise
Daniela Lima
Sim, excelências, a
era é a do 'fora todos', com o Supremo, com tudo.
18.out.2018
Ok que a Justiça precisa ser cega para ser
imparcial, mas deveria parar por aí. Chega a impressionar a incapacidade do
Judiciário brasileiro de entender que faz parte do sistema que vive uma crise
de legitimidade no país.
Há dificuldade entre ministros de cortes
superiores, juízes e também entre membros do Ministério Público de compreender
que estão, todos eles, inseridos até a alma na estrutura contestada por parte
significativa do eleitorado.
O sintoma mais visível dessa cegueira deliberada é
a letargia de
ministros que compõem o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) de
responder à altura os ataques que o
tribunal, como instituição, vem sofrendo diuturnamente.
Diante das centenas de questionamentos sobre a
lisura da eleição, das urnas, e também diante das fake news,
tudo o que os guardiões da Constituição produziram foi bravata, ironia e
inação.
O líder das
pesquisas repetiu pela enésima vez em setembro que o sufrágio no
Brasil não é seguro. "Tem gente que acredita
em Saci Pererê",
respondeu Dias Toffoli, presidente do Supremo Tribunal Federal. Sim, ministro.
Ao que parece, muita gente.
Luiz Fux, que presidiu o TSE até agosto, chegou a
dizer que as eleições poderiam ser anuladas se influenciadas por notícias
falsas. E agora?
Rosa Weber,
que assumiu a corte depois dele, se limitou a proferir meia dúzia de
declarações protocolares.
No dia do primeiro turno, diante da proliferação de
vídeos (montagens, depois se comprovou) e suspeitas lançadas por candidatos, um
ministro do TSE se limitou a dizer que é com "isso aí que a gente vai ser
obrigado a lidar".
Foi preciso que Weber, que ainda tem a imagem
pessoal preservada, recebesse uma
ameaça para deflagrar um arremedo de reação. A mensagem
ofensiva foi revelada pela repórter Thais Arbex, no Painel desta Folha,
na segunda-feira (15).
As instituições estão funcionando? A maioria da
sociedade parece não concordar e o faz dando uma belíssima banana para o
sistema vigente. O que vão fazer os magistrados que defendem uma Justiça atenta
"aos anseios das ruas" diante da agenda que se levanta nesta eleição?
Eliéser Girão Monteiro Filho (PSL-RN), general
recém-eleito deputado, disse em entrevista ao Estado de S. Paulo que o
impeachment e a prisão de ministros do STF deveriam integrar o "plano de
moralização das instituições da República". Está bom ou querem mais?
Fonte: Aqui
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