Homonacionalismo como mosaico: viagens virais, sexualidades afetivas
Neste artigo irei contextualizar o aumento do número de movimentos de gays e lésbicas
no âmbito dos debates sobre os discursos dos direitos e da temática dos direitos, que é seguramente
o mais forte afrodisíaco do liberalismo. Analiso o modo como a sexualidade se tornou
parte de uma formação essencial na articulação de cidadãos plenos através dos vários registos,
como gênero, classe e etnia, quer nacional, quer transnacionalmente. Este estudo posiciona
claramente o homonacionalismo como categoria analítica necessária à compreensão e concepção histórica dos motivos pelos quais o estado de uma nação como simpatizante gay se tornou
desejável à partida. Como a Modernidade, o homonacionalismo pode ser objeto de resistência e
de ressignificação, mas não pode ser excluído: todos somos condicionados por ele e através dele.
O artigo encontra-se estruturado em três secções. Começo por apresentar uma panorâmica do
projeto Terrorist Assemblages, prestando atenção, em particular, à utilização do termo “homonacionalismo”.
Em segundo lugar, discuto o homonacionalismo no contexto da Palestina/Israel,
com o objetivo de demonstrar a relevância dos discursos sobre direitos sexuais e da narrativa de
“lavagem cor-de-rosa” para a ocupação. Termino com uma reflexão acerca do potencial inerente
ao pensamento da sexualidade, não como uma identidade, mas como mosaicos de sensações,
afetos e forças. Esta viralidade da sexualidade destabiliza produtivamente as noções humanistas
dos sujeitos da sexualidade, assim como a organização política que procura resistir aos discursos
jurídicos instituídos com o objetivo de nomear e controlar estes sujeitos de sexualidade.
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