quarta-feira, 29 de julho de 2015

"Madrugada sem sono" - Goulart Nogueira


Madrugada sem sono

Na solidão a esperar-te
Meu amor fora da lei
Mordi meus lábios sem beijos
Tive ciúmes, chorei

Despedi-me do teu corpo
E por orgulho fugi
Andei dum corpo a outro corpo
Só p'ra me esquecer de ti

Embriaguei-me, cantei
E busquei estrelas na lama
Naufraguei meu coração
Nas ondas loucas da cama

Ai abraços frios de raiva
Ai beijos de nojo e fome
Ai nomes que murmurei
Com a febre do teu nome

De madrugada sem sono
Sem luz, nem amor, nem lei
Mordi os brancos lençóis
Tive saudades, chorei

Goulart Nogueira

1 comentários:

Márcia Siqueira 30 de julho de 2015 às 18:12  

Maravilhoso poema! Uma sensibilidade que transborda aos olhos quando se traduzem em palavras!

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