segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Racismo, futebol e o livre mercado do ódio

14.09.01_Silvio_Raciosmo Futebol

Os gritos de “macaco” e “preto fedido” dirigidos ao goleiro Aranha, do Santos – um dos poucos goleiros negros nos times de ponta do futebol mundial – colocaram, mais uma vez, o racismo no esporte no centro do debate público. Vítima de ofensas racistas por parte da reincidente torcida do Grêmio, Aranha contou em entrevista concedida após o fim da partida que tentou alertar o árbitro, mas foi ignorado. Na súmula do jogo não foi feita menção ao episódio e o assistente, por sua vez, relatou que “nada houve de anormal”.
Assim que o caso ganhou repercussão nacional, as reações do público, da imprensa e das entidades esportivas seguiram o script usual: declarações de dirigentes, treinadores e jogadores condenando a atitude racista da torcida do time gaúcho; o árbitro emendando posteriormente a súmula para incluir o ato racista, com o intuito de se precaver de críticas e de eventual responsabilização jurídica; o linchamento moral de uma torcedora em particular que, para seu azar, foi flagrada pelas câmaras de TV enquanto gritava na direção do goleiro santista. A isso se seguiram reportagens mostrando o quanto a atitude da jovem torcedora gremista surpreendeu seus “amigos negros” (nestes casos, quase sempre aparecem amigos negros para relativizar o racismo), além, é claro, de especulações sobre como a justiça desportiva trataria “esse” caso, como se casos de racismo fossem ocorrências inusitadas.
Para ler o texto completo de Silvio Luiz de Almeida clique aqui

0 comentários:

  © Blogger template 'Solitude' by Ourblogtemplates.com 2008

Back to TOP