Que ameaça a liberdade de expressão no Brasil
As notícias sobre a estranha condenação do
jornalista Lúcio
Flávio Pinto, os dados acerca do aumento chocante do número de
jornalistas assassinados em 2012 e a constatação da quase completa impunidade em
crimes desse gênero indicam um cenário de alto risco para a prática do
jornalismo investigativo e crítico — leia-se: para o exercício do jornalismo
democrático — no Brasil atual. Entre as diversas fontes que podem ser citadas
para sustentar essa constatação, escolhemos uma matéria da agência EFE, de
outubro de 2012, publicado no G1 com o título “Brasil é o quarto país mais
perigoso do mundo para jornalistas“. Relata a matéria:
“O Brasil é o quarto
país mais perigoso para os jornalistas, informou nesta terça-feira (2) a Press
Emblem Campaign (PEC), uma organização civil que busca a proteção dos
comunicadores espalhados pelo mundo. Sete jornalistas foram assassinados no
Brasil neste ano, o que deixa o país atrás apenas de Síria (32), Somália (16)
e México
(10). Ao todo, 110 profissionais foram assassinados em 25 países nos primeiros
nove meses do ano, um número ‘jamais registrado em um período similar’, disse o
secretário-geral da PEC, Blaise Lempen, em Genebra, onde funciona a entidade.”
O Brasil aparece em quarto lugar no momento em que o número de jornalistas assassinados no mundo chega a um montante “jamais registrado em um período similar”. Seria preciso mais que isso para nos deixar bastante alarmados? Dificilmente. No entanto, por mais eloquentes que sejam os números, a situação é ainda mais grave quando refletimos sobre eles. Um mínimo de consideração qualitativa dos países que disputam os primeiros lugares com o Brasil dissipa qualquer dúvida. Vejamos: a Síria vive uma guerra civil de extrema violência, agravada pela ajuda em armamentos e recursos da parte da OTAN aos rebeldes. Já o México, engolfado pela corrupção e pelo narcotráfico, atravessa uma espécie de “guerra do fim do mundo” enquanto a Somália, por sua vez, depois de vitimada por tantas tragédias, já é o próprio fim do mundo.
Para ler o texto completo de Bajonas Teixeira de Brito Junior clique aqui
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