sábado, 12 de novembro de 2022

"A rendeira" - Adriano Espínola

 





A rendeira

 

 

 



Na teia da manhã que se desvela


a rendeira compõe seu labirinto,


movendo sem saber e por instinto


a rede dos instantes numa tela.




Ponto a ponto, paciente, tenta ela


traçar no branco linho mais distinto


a trama de um desenho tão sucinto


como a jornada humana se revela.


Em frente, o mar desfia a eternidade


noutra tela de espuma e esquecimento,


enquanto, entrelaçado, o pensamento


costura sobre o sonho a realidade.


Em que perdida tela mais extrema


foi tecida a rendeira e este poema?

 

 

 



Adriano Espínola



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